sexta-feira, 11 de julho de 2014

mantiqueira-me

(essa montanha de pedra fala muito pra mim com essas duas fendas = dois olhos ,e toda sua  forte expressão sem palavras)


enquanto caminho anteontem, pela estrada de terra e pedras, crio o que chamo de 
"meus particulares caminhos de santiago".
serendipity, let's live it.
serendipity, 'o erro se torna melhor do que o acerto que vislumbrávamos',
ela explicou , suscinta, ao contar sobre a obra daquele chalé lindo,
que, por um erro, acabou sendo construído voltado pro lado certo... serendipity.
meu amor partiu, já tem 4 meses que está , como eu digo,  'del otro lado del rio'.
lindo, forte, cheio de saúde,pleno da mais entusiasmada juventude, foi embora num instante, sem sofrer,
 em plena festa na nossa casa. a cara dele.detesto dizer ' morreu'. 
vendo ele morrer, achei tão fácil e suave morrer....
ah, como eu sobreviveria à despedida física de um tão forte amor, construído
ao longo de um tempo imenso e intenso de íntima convivência, 
(duas personalidades tão fortes e intensas, com ideais em comum),
se não vivesse tudo sob o ponto de vista da eternidade? 
minha amada amiga deixou o livro de wally salomão, na mesinha de cabeceira do quarto
em que me hospedou com tanto amor e afeto por uns dias.
antes de dormir, abri a página, assim como quem tira uma carta de um baralho de tarot,
e falava de vaziez,
das fendas que se abrem na plenitude
para que possamos ir além.na arte e e na vida.
vida e morte, ciclos em vida e em morte. plenitude e vaziez.
tenho tido muitos insigths, depois que ele se foi, compreensões que busco há muitas décadas,
 sobre o tempo e as relações humanas, tanto no nosso mundo privado
como na história deste planeta chamado terra.
e naquela primeira noite na casa da minha amiga,no lindo chalé,
fui ao deck olhar o céu super estrelado. sozinha. o céu e eu. a via láctea toda revelada.
pensei nele, agradeci tanto amor. amor que transgride, transgrediu nossas luzes e sombras.
silêncio no alto das montanhas, nem cachorro latia.
e no momento em que agradecia,
passou no céu um cometa enorme que desfilou ,por um bom tempo, uma gorda cauda dourada gigante,
purpurinou de dourado o meu coração.


2 comentários:

Anônimo disse...

simonetta (agora sim em minúsculas, me desculpe...),
sou eu de volta... que impacto ver a foto desta pedra e ler o texto...
é a pedra de paraibuna em montserrat, não é mesmo? este monolito gigantesco me enfeitiçou quando o vi pela primeira vez, out of the blue: parei o carro, interrompi a viagem, fiquei vagando por ali por um tempo indeterminado... a segunda vez que a vi foi num dos desenhos da expedição langsdorff - ali, inconfundível, marcante desde sempre...
a sua foto foi a terceira vez (tirando meus sonhos e delírios)... o que ela representa para mim. não sei dizer, talvez nem possa... talvez seja a gana de explorar, conhecer, viver... de ser (não só estar... star?)
como agora ao ter contato com tudo o que vc compartilha aqui... delicioso, estimulante, tudo - a começar pelo nome - de bom gosto tão goethiano... parabens por ser e viver desta forma, te invejo... muito obrigado pela sintonia de afinidades tão eletivas!
ludwig

Simonetta disse...

oi ludwig,
só hoje volto ao meu blog, fico feliz com tua sensibilidade, com tuas palavras, merci.que alegria ver que há um comentário, tão solitário isso de quase ninguem comentar...rs
esta pedra é no vale da prata, perto de mirantão, distrito de bocaina de minas,
abs daqui

Related Posts with Thumbnails