segunda-feira, 31 de agosto de 2009

no meio do nada











plenitude, melancolia, riso, vazio, comunhão,desconexão, ouvir música no ruído.no meio de tudo, no meio do nada.só três por cento da água presente no planeta, que poderia ser chamado de água, é doce, diz o cartão jogado na mesa entre o uísque e o chopp.você deveria terminar o seu concerto assim, como este momento, este quarto,nada estrondoso,apoteótico, o abajur aceso, a criança que dorme e toneladas de solidão, diz um homem para o outro no filme a banda,uma obra-prima sobre a vida.o garçom troca a toalha de papel molhada,por um momento aparece a toalha de pano, fios que se cruzam, tocam, criam a trama, mancham,rasgam,desmancham, não sobra nada.nada é possível? é possível. pensa em bolinha de sabão.o lugar enche de gente, ao lado uma mesa de garotas histéricas porque é sexta-feira, as vozes vão aumentando de volume, uma delas tem um timbre extremamente agudo e desafinado,aquela animação que irrita, uma histeria vazia. a mulher reclama do garoto nem tão garoto que ajeita o enorme rabo de cavalo e sacode todo o cabelão sobre o seu prato que acaba de chegar e ela perde a vontade de jantar.ele nem percebe, está com o olhar vazado e os ombros levemente encurvados, acaba de chegar, está parado como um poste em frente a uma mesa.me empresta o isqueiro? obrigado.vamos embora daqui? cinema em carne viva, fala outro cartão sobre o seminário.uma tropa de policiais se alinha na calçada, uns quinze, (não tenho vontade de escrever em algarismos),se prepara para checar mais tarde quem poderá prosseguir, conduzindo seu próprio volante.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009












meus sextos sentidos
















...!

ahhh...look at all that lonely people….do outro lado do mundo ela anuncia "that dreams are just getting better and better, it’s an effort." acredito. aqui, o cineasta de 20 anos conclui que para a sua geração “difícil é achar o que choca”, e chama a sua de “geração frustrante”. acredito. vejo alguns corpos que mais parecem casas abandonadas.custo a crer.é preciso falar sobre isso enquanto isso ainda for.vem cá, quem foi que escolheu o decorador romero britto pra fazer uma escultura de rua da garota de ipanema? ninguém perguntou se concordávamos com isso...foi assim também com o obelisco e aquela passarela que todos acham horrendos e até hoje estão lá e daqui a pouco serei obrigada a vê-los de novo porque daqui a pouco irei naquela direção.eu não quero nada disso.pára, eu vou saltar aqui, é, depois do ponto frio, da nossa caixa, do real. a gente somos inútil mesmo, a gente não sabemos escolher,canto de novo com o roger.sonhos que are just getting better and better.a inteligência inconsciente da minha vida tem escolhido a morte de tudo o que eu não devo jamais levar além.só acredito em sonhos que dignificam a vida aqui.acima do equador ele diz:”every beginning comes from some other beginning end.”
alguém aperta o botão e,diante dos meus olhos, brilham palavras amarelas: parada solicitada.é verdade... como foi que você botou legenda no meu pensamento? all the lonely people where do
they all belong ?

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

chega!

instalação de richard artschwager - 1995

chega de tantas reticências e pontos de interrogação !!! chega!

desde o congresso até as pessoas que, como diz o jabor, perderam a capacidade de indignação e ficam só se preocupando em divulgar as suas atividades sexuais.ou o seu poder de enganação com conquistas que não acrescentam nada à vida de ninguém! ao contrário, fazem tudo parecer um hospício sem recuperação!


terça-feira, 25 de agosto de 2009

alinhando os horizontes

foto de snjezana josipovic

entre

entre a dúvida e a decisão. entre o doce e o salgado.entre o amor que preenche e o amor que esgota. entre o quente e o gelado.entre a inércia e a resposta.entre a maré vazante e o vôo rasante.entre a perda e o achado. entre o trem e a estação.entre o desapego e o essencial. entre a preguiça e a prioridade. entre a preguiça e a impotência. entre o pequeno que diz muito e o que não quer crescer e não diz nada. entre o que reclama e o que muda.entre o tempo que passa e o tempo que não chega. entre qualquer estação e a primavera. entre o que não dorme e o que tem sono. entre o que dói e o que quer sair. entre a passividade travestida de paciência e a impaciência que provoca resultados. entre o que critica e o que vislumbra. entre a vanguarda e sempre. não pára, é fértil e veloz.

a virada da vanguarda



acabei não vendo a virada russa, a exposição que trouxe malevitch,kandinsky, chagal e outros tesouros de são petesburgo para o rio. não me sobra agora nenhuma alternativa a não ser eu lembrar que tenho um museu cativo com toda essa vanguarda dentro de mim.
de chagal, o quadro promenade é o que veio até aqui... publico então agora para que ele fique bem aceso na memória esta semana.

"ao fundo,sua cidade natal, em que a maior parte da população era de judeus hassídicos que tinham como uma de suas mais importantes missões narrar histórias. os relatos, diz o programa, não eram mero entretenimento, estavam impregnados da centelha divina."
a visível influência cubista era porque ele acabara de passar uma temporada em paris.

que delícia, a bella voando segura pelas mãos do amado, nem aí para a lei da gravidade.
o homem que incentiva a mulher a voar com sua imaginação e criatividade é o melhor companheiro e amante. e vice-versa. ying e yang num promissor casamento que começa dentro da gente.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

vencer todos os desafios

convicção e serena auto-confiança
anotei estas entre as muitas palavras preciosas que o mestre enviou esta semana

eu gosto do que o poeta thiago de mello fala sobre ele, daisaku ikeda:"porque ele não se cansa de transportar a sua pedra - feita de palavras, sonhos e trabalhos,para erguer o edifício da aurora -aqui lhe ofereço um ramo de luz da floresta amazônica.
para celebrar outra luz,a da esperança.que ele reparte com a sua vida e a sua arte, e quanto mais reparte, mais ela cresce dentro do seu coração."


lá também é aqui

quando vi esta foto, a semana passada, meu coração apertou. o burrinho empurrado pelo homem numa geografia tão inóspita, sem nenhum verde, levando a urna e a cadeira paras as próximas eleições...afeganistão, um país de geografia inóspita, cheio de clãs que vivem isolados uns dos outros que criam suas próprias verdades, distantes do diálogo que faz avançar a rica humanidade. nem é tão diferente, em essência, de alguns grupos que circulam por aqui.
lembrei da seguinte cena que vivi alguns anos atrás.toca o telefone, o cineasta conhecido fala comigo com a voz de um menino cheio de vida e expectativas: o seu marido volta hoje de viagem, você tem certeza? é muito importante a presença dele no meu aniversário, só chamei amigos muito especiais e importantes para a minha vida.
sim, sim, pode ter certeza que a noite estaremos com você,
respondi, celebrando a sua data de vida redonda.
foi um dos aniversários mais lindos.poucos e grandes amigos.todos cidadãos do mundo.poucos. mulheres de várias partes do mundo, todas ligadas ao mundo do cinema.cozinhavam pratos deliciosos de culturas diferentes como presente. quando nos sentamos à mesa, parecia que eramos todos antigos e melhores amigos.a mulher estrangeira que conhecia o mundo todo, por causa de seu trabalho, comentou o jantar inesquecível que viveu um dia no afeganistão, numa tenda no meio do nada, de todas essas pedras e montanhas de areia, com artistas locais. disse que em sua memória guardava a mais bela lembrança de pessoas criativas com verdadeira visão de humanidade.
quando vi esta foto,me lembrei desse jantar ( no meio da festa, o aniversariante se deu conta que o aniversário de data redonda seria de fato somente no ano seguinte, morremos de rir! e que importância tem o tempo para quem vive intensamente o tempo todo?), me lembrei dos olhos dela brilhando contando sobre as pessoas raras que conheceu no afeganistão. pensei como a mais bela arte pode nascer dentro do solo da mais profunda ignorância, assim como a flor de lótus que tira do lago lamacento todos os ingredientes para florescer, sem deixar que o veneno poluente contamine suas pétalas e expanda o que jamais tem que ser.
gostaria que o mundo fosse mais povoado por gente assim.

sábado, 22 de agosto de 2009

verdades e mentiras 2

agradeço mais uma vez a minha mãe que me ensinou desde cedo a não fugir de mim mesma.diante do show de mentiras que foi esta semana, com palavras como decisão irrevogável serem engolidas na frente de todo um país por obediência ao presidente, todos de olho nas próximas eleições,achando que todos nós somos bobos, tem se falado muito sobre verdades e mentiras. lembrei que, no começo do segundo grau na escola, tínhamos uma professora de história maravilhosa que contava muito além do que vinha nos livros e exigia que anotássemos tudo.minha letra grande enchia um monte de cadernos em pouco tempo.gostava de ouvi-la mas tinha preguiça de estudar para as provas.minha mãe nunca deixou eu matar um parente ou me fazer de doente para justificar ausência à aula, do tipo, morreu uma tia, tive febre,etc.um dia me vendo largada no sofá, disse: vem cá, você não tem aula? respondi: tenho,mas não vou porque hoje e amanhã tem prova oral de história e eu não estudei.ela disse: vai sim, assuma também o que você não fez. não tive outra alternativa. fui a primeira a ser chamada. respondi para a professora, sem sair da carteira, que não tinha estudado e levei o primeiro zero.senti muito orgulho de mim mesma.foram três zeros ao longo daquele semestre.no segundo, meti a cara nos livros e passei de ano sem exame final.lembro que senti prazer no começo em ser coerente em público com a minha verdade, mesmo que naquele momento fosse a preguiça. depois vi que iria perder as longas férias de verão que eu amava, talvez um ano de estudos por causa disso e enfim...passei sem exame, só tirei dez depois disso.ontem, vendo um debate sobre grandes e pequenas mentiras, as pessoas falavam sobre dizer que estão chegando quando sabem que isso não é verdade, elogiar o espetáculo de um amigo mesmo tendo odiado, dizer que a bateria do celular está acabando para se descartar de um chato e cositas desse tipo que azeitam a engrenagem da vida social.ah, esse assunto é vasto.eu reconheço que quando atraso, e detesto esperar ou deixar alguém esperando, é falha em calcular o trânsito,às vezes volto da porta de saída para ver se desliguei o gás (trocentas vezes) ou se botei mesmo a água pro cachorro... porque estou pensando em outra coisa e aí ,claro,qualquer ação fica desconcentrada. sei lá, eu agradeço a minha mãe por me ensinar a não fugir de mim. porque a coisa mais dramática mesmo é mentir para si mesmo.
o 1° verdades e mentiras - o papel aguenta tudo - ver na postagem do dia 10 de agosto

eu quero

amei esta mesa criada
pelo designer italiano
mauro lipparini.
ele a chamou de mesa proa.
os pés são inspirados
na proa de um navio.
eu quero!



sexta-feira, 21 de agosto de 2009

amar aqui




hmmm...esse ambiente me inspira nesta semana de chuva, calor, frio e muito vento.
noite dessas,entre assunto que nunca falta e taças de vinho, mon amour disse:
"eu quero construir uma sociedade sustentável que se sobreponha à sociedade insustentável em que a gente vive.” e faz por onde.
é assim que se mantem o tesão.sem admiração,respeito e um ideal em comum não tem libido que aguente.

NÃO

fifi lapín, ilustração que conquista. coelhinha trendy que viaja pelo mundo vestindo vintage e marcas criativas.vou pedir emprestada a ela essa camiseta de victor&rolf,é tudo o que eu preciso agora.assisti ao documentário com o richard dawkins, ai que alívio... também acho, como ele, que "o mal e o bem é que são o mal".pelo menos no pensamento tradicional vigente nessa sociedade fundamentalista em que as pessoas se fecham em guetos e crêem ser detentoras da verdade, gerando uma bagunça que não resiste à menor análise da razão. cansei....
minha resposta é
(e sempre foi e será) NÃO a qualquer forma de fanatismo.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

now and zen

cerâmica de marcia limani

now and zen.quando falo zen, não penso nas práticas austeras do zen. tampouco em calma. penso na essência, no descarte de tudo que é desnecessário para que se possa expressar o que é essencial.michelangelo viu no bloco de mármore, david, e tirou o excesso.picasso chegou depois de anos a definir a conhecida pomba com apenas um traço. a márcia pega o barro e cria som, forma, o yang e ying em franco diálogo.precisa mais? ela sempre me comove.que todas as pessoas possam expressar com originalidade o que ainda nem descobriram que são, essa é a minha oração. no cotidiano.como o feijão que a júlia fazia na casa do meu pai,a gente sentia o tempero e o aroma da vida dela,guerreira, criativa e generosa, na mesa, na boca, na energia que ela nos oferecia.descobrir a própria assinatura é tudo.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

livre, com memória



flores já meio fanées (como diria minha mãe, mais delicado que murchas) para os que já se foram,aqueles que,mesmo ainda respirando, passam como almas penadas pela vida, enganando alguns, impondo poder e assustando outros. deixam um cheiro azedo no ar que vai se desmanchando aos poucos,uma memória que é bom não apagar. não apagar está muito longe de sentir raiva,mágoa, desprezo ou de falar mal. não apagar provoca uma decisão forte do que não deveria acontecer nunca mais. nunca mais é forte mas necessário.por isso fazem filmes e livros e sempre farão sobre o nazismo, a tortura nos países chamados em desenvolvimento, para que ninguém se esqueça do que o humano(?) também é capaz. é sempre bom lembrar como esses grandes massacres começam no pequeno.
em meio ao caos, encontrar a harmonia da energia que vibra e cria. é assim no universo, grande questão da ciência no momento, é assim com cada um de nós.um brinde aos poetas, como whitman, que chegaram lá onde a ciência procura alcançar:
there will never be any more perfection than there is now.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

meus interiores

meus interiores também tem essas cores,o atemporal com o contemporâneo, um que de novecento de bertolucci, uma melancolia no ar, uma saudade do que está por vir e já é, que faz cócegas como joaninhas quando pousam e sobem pelo braço e de repente voam.os amores perfeitos que postei ontem me fizeram lembrar de quando muito baby esperava, no jardim do meu tio em buenos aires, meus primos voltarem da escola.tinha um canteiro de violetas também e eu ficava cheirando, cheirando as violetas e procurando o cheiro dos amores-perfeitos sob aquele sol invernal.lembro do perfume suave e sutil e delicado das violetas, eu descansava um pouco as narinas para voltar a captar.coisas de filho único que desde pequeno aprende a explorar as camadas do espaço e fazer o tempo interesssante.hoje amanheço meio cansada e distante, observando como a verdade objetiva tem várias versões, como os sarneys se defendem e queria estar mesmo é no interior da toscana com os amigos com quem a gente nem precisa conversar e já se entende.esses eu tenho.aqui.preciso descansar um pouco as minhas narinas.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

a essência do todo




alguns muitos acham que a vida é uma loja de departamentos (festa,casual, calçados,sportswear,perfumes, home...) e que cada departamento não tem nada a ver com o outro: família,trabalho, amor,sexo,amizade,estudo,fé – tudo separado um do outro. que filosofia não é uma coisa prática e que política é uma coisa que só acontece no congresso.eu,hein?
até loja tem um solo comum, uma filosofia, política e personalidade que une todos os departamentos, revelando a cara que tem, que é o que faz que a gente corra até ela ,ou não.
tudo está entrelaçado o tempo todo.assim como o nosso corpo.quando as pernas andam, os braços naturalmente se mexem,etc,etc,etc, precisa explicar mais?
percebo por mim.alguns setores podem estar bombando mais do que os outros, alguns estão em fase de reavaliação. alguns estão fechados – para balanço – para redescobrir as reais necessidades deste momento. os outros departamentos ativos incentivam essa pesquisa.tenho conseguido evitar repetições infelizes, bem consciente, já flui, não exige esforço, mas ainda tenho que tomar cuidado para não me colocar em oferta.tenho conseguido.

domingo, 16 de agosto de 2009

está vendo o lixo?




esta é uma instalação do artista adrian kondratowicz,nas ruas de nova york,para fazer com que as pessoas percebam quanto lixo produzem. os sacos são 100% biodegradáveis, tem cheirinho de chiclete de hortelã e repelente contra insetos e bichos. estão a venda pela internet.
sim, você adivinhou, vou dizer exatamente isso: imagine só se pudéssemos colocar em sacos pink fluorescente com bolinhas todas as palavras mentirosas, os sentimentos falsos,a falta de visão, as desculpas imundas que alguns produzem, como é que estariam as calçadas,hein? e depois incinerar tudo junto com os sacos 100% biodegradáveis. os garis não iam dar conta...
o lixo invisível, que não dá para colocar num saco, também polui o ambiente, e como!
como é mesmo que ele diz? ah: quem vive muito tempo dentro de uma latrina torna-se incapaz de sentir o mau cheiro. eca...

sábado, 15 de agosto de 2009

sobre distância e tempo



sobre a distância que precisamos conservar para viver a realidade que merecemos: desafiar os nossos limites e dar limites aos que não querem desafiar os próprios limites.
sobre o tempo que temos que atravessar para nos descartar do que realmente não presta: trabalhar para apurar nosso discernimento. é disso que depende a possibilidade de acelerar o tempo.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

pés no chão

achei lindas essas sapatilhas ensolaradas. para iluminar o caminho todos os dias.

agradecimentos

conheci este cartão outro dia, publico aqui meio atrasado, tá valendo, tem humor.
lembro que com quatro anos de idade comecei a observar e refletir sobre mim mesma e os outros e sobre o que se trata isso tudo. fui criada por uma mãe que,antes de eu ser alfabetizada, me levou a conhecer e compreender, por exemplo, o ritmo do teatro nô, tão diferente da nossa cultura, e a não fazer cara feia para uma comida que eu ainda nem conhecia.e por um pai que sabia colocar limites sem podar a minha expressão. jamais teria assumido algum personagem no palco, com verdade, se ficasse julgando os outros a partir da minha própria realidade.o que vou dizer é obvio, mas vejo que preciso deixar bem claro, para os outros:consigo compreender absolutamente tudo, como por exemplo: o que leva uma pessoa a matar outra, a se prostituir ainda criança, a traficar, a assaltar, a roubar,consigo compreender homem famoso que busca na rua travesti,a pessoa que inventa qualquer mentira achando que se falar a verdade vai ferir o outro e a si mesmo, etc, etc, etc.detesto a mentalidade que julga, por exemplo, se achando O exemplo: honesto é não ter cheque devolvido (os corruptos quase nunca o tem) ou que quem tem uma religião é melhor ou superior ao ateu...ai, me poupe...por compreender tudo isso, não quer dizer que eu aceito tudo.no espaço que eu crio e em que circulo,escolho eu, tá bem? deu pra entender? é muito óbvio mas quero deixar beeeeeeeeem claro.benevolência,compaixão, dêem o nome que quiserem, não é ser ingênuo e burro.confesso que em algum momento eu fui ingênua e burra.para alguns que andei conhecendo bem de perto, só tenho uma coisa a dizer: foi maravilhoso e muito profundo esse verdadeiro mestrado que vocês me proporcionaram e só tenho que agradecer, dizer mil vezes muito, muito obrigada, do fundo do coração. precisava mesmo vocês terem passado, mesmo que como cometas, na minha vida, para que eu ampliasse a real dimensão sobre a vida e sobre mim mesma. porque, vamos combinar, na maior franqueza, que enxergar um revolucionário (que luta pela dignidade da vida de cada um e de todos, a começar pela sua) onde se manifesta no momento qualquer-coisa-menos-gente, é muita alucinação, é ilusão mesmo.não gosto de sofrimento inútil, só o que traz algo melhor do que era antes, entendeu? obrigada, vocês me deram a oportunidade de vencer uma série de coisas,um presente que não tem preço.abaixo a ilusão, fonte de todo sofrimento inútil !

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

meu caderno de rosas

" em meus 25 anos de carreira, aprendi que a honestidade toca as pessoas."
isabel allende, a escritora

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

tudo




não deixar entrar lixo no coração, tudo se resume a isso.

acordos rodrigueanos 2009

ela é gay. faz psicanálise há mais de quinze anos. ele é gay e não faz psicanálise porque ela não paga. são casados e tem filhos adultos.quando estão juntos fumam todos um baseado.esse é o acordo.ela foi molestada pelo padrasto na adolescência e fugiu de casa. agora o marido controla o crescimento dos pelos pubianos da filha.quando estão juntos admiram o novo celular trocado por pontos.esse é o acordo.ele apresenta as amiguinhas para o amigo coroa-com-corpinho-de-vinte que não consegue trepar se não for agenciado.ela trocou a compulsão que tinha por shopping por exercícios na academia e sexo para quem precisa, e entra sorrindo no carro do coroa. esse é o acordo.ela passa o dia reconhecendo firmas e esperando aumento de salário e acredita que seu trabalho presta serviços à sociedade (até o governo já tentou cancelar esse tipo de prestação inútil mas a corrupção impediu).agradece a deus por ter conseguido financiar o imóvel que , se não era o desejado, pelo menos um dia será seu, assim,quem sabe, como o marido. esse é o acordo.ela se cura da síndrome de pânico e abaixa a cabeça para qualquer ordem que venha acima dela, nem questiona o sentido, só para não sentir mais nenhum medo de novo.esse é o acordo.ele é um senhor solitário, a mãe mudou para longe, faz sempre tudo igual, repete sempre as mesmas tarefas do mesmo jeito e sempre olha aflito para o relógio para nunca ultrapassar a hora.se algo novo ameaça entrar no espaço dele, controla o seu ímpeto violento com sorrisos de delicado sarcasmo e sai rápido pois tudo tem que ter hora marcada.tem seguidores que seguem o seu exemplo e essa influência lhe basta. esse é o acordo.ela veio para a cidade grande, entrou para a faculdade e acredita que entende tudo sobre realização, libertação e felicidade. diz que não tem nada para aprender nesta vida,não perde uma chance de falar mal de todo mundo, acredita que só nasceu para ensinar aos outros como seguir o caminho dela. esse é o acordo.ela trabalha com animais e trata a todos como se vivesse o dia inteiro dentro de uma pet shop, fala sempre daquele jeito manso tatibitate.não percebe a diferença entre um golden retriever que está triste e um poodle que vive irado,latindo agudo e mordendo todo mundo.seu coração sempre escolhe o poodle, acha que ele é um fofo.seus olhos brilham raramente, a última vez foi quando pegou emprestado um colarzinho novo com o poodle,não,com a moça que acabara de conhecer. conseguiu um namorado. esse é o acordo.ela vivia indignada e revoltada com a moça que manipulava o grupo de estudo e namorava uma brilhante psicótica, cuja especialidade era plantar intrigas entre todos.a brilhante psicótica sumiu e ela está feliz pois agora ela é a namorada. esse é o acordo.ele saiu finalmente da casa da mãe, para um outro bairro,descobriu a vista para a favela perto do mar e não gostou. quer voltar para o bairro da mamãe ou qualquer coisa parecida que lembre o cheiro da fralda. essa é a sua principal meta, fazer o caminho de volta à infância que há muito se foi.culpa a crise econômica internacional pela demora do retorno.os amigos de infância não lhe emprestam mais nem os ouvidos, a última que ainda acreditava que poderiam ser amigos,tentou, queria ajudar.via internet,respondeu ao chamado dele.recebeu de volta um balde de cocô que fez com que ela desligasse triste o computador.ficou o cheiro de podre, de produto vencido no ar, o que ele é muito hábil em criar.esse é o acordo.chove na cidade. as ruas estão inundadas.no dia seguinte à ressaca, a praia está cheia de anéis de camisinhas, canudinhos,sacos, copinhos,garrafinhas brancas,azuis e verdes,tampinhas plásticas de rosca e pés avulsos de chinelos de borracha.os garis varrem a areia, recolhem tudo e depois fazem a coleta seletiva do que vai para reciclagem.esse é o acordo.
- é o senhor que tece o (in)evitável? – alguém fala no calçadão.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

negação

-o que é aquilo lá embaixo? é pedra? é um besouro? é bosta de vaca?
- não! é gente.
- geeeeeeeeente?
- só na aparência.
- pedra estrutura construção, cria proteção,acaba com a lama do chão...besouro fura e oxigena o solo...bosta de vaca fertiliza as plantações. e essa pessoa, que se faz passar por humana, qual é a função dela que ainda não deu pra perceber, hein? é mostrar o que NÃO é ser gente? por que ela escolhe a negação?
silêncio.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

verdades e mentiras - o papel aguenta tudo


acordei sonolenta no sábado, depois de cinco dias tomando anti-inflamatório (sou super natureba, nunca tomo remédio) por causa de um dente (que se recuperou), tomei café da manhã acompanhada por uma revista. lá pelas páginas tantas.... me deparei, na seção “gente”, com a síntese da hipocrisia...eu disse hipocrisia (opiniões diferentes todos temos, ainda bem).continuei a tomar o meu café fresquinho, lendo como se estivesse lá no alto, em marte, observando o planeta terra. o que vi? a pessoa retratada dizer que o que mais abomina é
“o autoritarismo” (para quem a conhece, sabe que mais que autoritária , ela é fundamentalista). e o que mais admira é "o caráter" (para alguém versado em mentiras, é compreensivel).mais: que a maior qualidade que ela diz ver em si é “a gentileza” ( pessoas que a conhecem de perto já compararam a gentileza dela a dos flanelinhas de rua, aqueles que se aproximam de você pra vender uma vaga que já pertence aos cidadãos ou a prefeitura, menos a eles) e que o defeito dela é “não saber dizer não” ( ela só é perita em dizer não ao diálogo,característica mor dos fundamentalistas).
ai ai, assim que li esse perfil, lembrei da minha mãe dizendo:
” é, filha, o papel aguenta tudo...”
passo da revista ao jornal diário, e nele, leio um artigo levinho e gostoso sobre a vontade da “verdade que anda invadindo o imaginário coletivo e a mídia”.
“será que os dias de pinóquio estão contados?” pergunta o artigo na maior leveza e ingenuidade.
coincidência, né?
o artigo fala sobre a crescente intolerância à mentira na sociedade, processo que no brasil ainda é lento, segundo a jornalista lúcia hipólito.
o filósofo fernando muniz destaca que a busca da verdade é a questão central da filosofia.
“... filosofia é algo que acontece quando o pensamento se torna amigo da sabedoria. daí a verdade desempenhar um papel central nessa relação. quem de nós quer um amigo que não nos diz a verdade?” diz o filósofo.
empresas como a natura anunciam mulheres a partir dos 40 para vender produtos anti-rugas e,não mais (como a indústria de cosméticos fazia ou algumas ainda fazem) top models de 18.
o que mais gostei do artigo do jornal (caderno ela, do globo)
são esses pensamentos que reproduzo aqui a seguir:
“em tempo de fraudes universais, dizer a verdade vira ato revolucionário.” – george orwell.
“do erro ao erro, somos capazes de descobrir a verdade inteira.” - sigmund freud.

domingo, 9 de agosto de 2009

brilha-te...de um jeito só teu


fora fala de dentro
criatividade interior
expõe criatividade exterior
( style nas ruas de milão)
os olhos também comem e sentem sabor.pelo jeito que uma pessoa se veste, eu sei o que anda (ou não anda) na mente e no coração dela.sem preconceitos. mil vezes uma pessoa com leitura própria àquelas sem personalidade alguma.nem penso nas fashion victims. muito menos nas de pouco poder aquisitivo, vejo nas ruas tantas mulheres simples com beleza própria de sobra.às vezes acontece também das combinações serem originais mas o conteúdo ser totalmente fake. muito sutil tudo isso.quando falo nas sem personalidade, penso nas sem alma, que até a roupa denuncia.isso não tem faculdade que ensina.
se os olhos são a janela da alma, quem é que está vendo por trás dessas janelas? lembra desse filme? isso agora me fez lembrar de um povoado lindo no interior de minas, casinhas (penso nas casinhas com se fossem roupas e acessórios) simples, reboco deixando ver as cores sobrepostas pelo tempo, janelas de madeira bem singelas e rústicas. e de repente alguns moradores acharam que estavam progredindo ao trocarem madeira de lei por esquadrias de alumínio.quase chorei...e reclamei, conversei, falei...até que parou.se aquele patrimônio histórico não era tombado, eu tombei.
gostei dessa mulher nas ruas de onde vim ao mundo.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

palavras são para aplicar

para fechar esta semana com chave de ouro, divido aqui um pedacinho de um livro vintage que ganhei, cheio de prática sabedoria. pertenceu ao pai de um músico muito especial. foi publicado em 1949 por um filósofo americano, purinston. pura sabedoria que atravessa os tempos. aqui vai: "o único mal de que realmente sofremos é a falta de aborrecimentos suficientes que nos conduzam à indignação de termos ou não interesse em viver." bem... aborrecimentos não faltam a ninguém.o que falta é romper a linha de conforto, como ele mesmo diz.
como são as pessoas que moldam a época (é o que eu acredito), torço para que cada vez mais e mais pessoas criem o tempo da vitória da coragem e da justiça que cria a dignidade da vida e dos critérios sábios para a distribuição de valores.eu já estou fazendo isso.é o que chamo de belle époque.
cheeeega de analfabetismo emocional e espiritual! chato demais ! ninguém precisa nem merece isso.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

tudo cabe aqui


potes coloridos, colheres pequenas e médias, amo colheres, o amor não é um sentimento - é uma habilidade, vichyssoise gelada, sorvete de chocolate, batatas doces batidas que viram marron no liquidificador, no marais ele procura a alma gêmea que não fala a sua língua, a gengiva ainda está um pouco dura, adorei as abóboras japonesas com shoyu o ar picante que faltava, ele é ótimo e trabalha bem porque gosta do que faz, sono, não esquecer o anti-inflamatório de seis em seis, sinto gratidão, a chuva fina acompanha e cria o clima.

doomed from here to eternity

é preciso muita intimidade para ficar um ao lado do outro em silêncio e à vontade. não depende do tempo que se conhecem.
ela lembrou esse comentário de uma pessoa que acabara de conhecer há muito tempo.ficaram ouvindo música sabendo que se conheciam muito bem.era verdade.lembrou também de quando o arquiteto jovem disse para a amiga: você reclama que ninguém te entende, você é que tem que se fazer clara!
e o artigo do homem, publicado no jornal esta semana, que foi ao campo e sentiu muita angústia toda vez que entardecia, tinha dificuldade de conviver com o silêncio da natureza. tudo isso passou na sua mente por causa dos ectoplasmas que vivem de latinha de cerveja na mão pra lá e pra cá na noite.e dos egos nublados e flutuantes que passam pelos orkuts, facebooks, aqueles que ao vivo não são o que pretendem ser na internet.cheios de ruídos, avenida rio branco na hora do rush, mais um assalto.fugir da solidão em que as vozes falam sobre luzes e sombras é uma roubada.rompe com qualquer real comunicação.se não existe comunicação interior como haverá a exterior? vira uma pobreza só.um bando de gente construindo uma multidão amorfa que só reclama ou dispersa até a diversão e fica esperando que algum estímulo de fora venha resolver, nem sabe direito o que. nonsense total. melancolia,tristeza, decepção...tudo é tão bom quanto alegria,vontade, satisfação.depende de quem usa.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

rosas vermelhas, adoro!

ela me inspira a falar sobre a parede que existe entre o sonho e a realidade.eu me pergunto qual a mais dura, essa parede ou a própria realidade que ...vamos combinar, não estimula. de tão dura. aí eu penso que a realidade é a soma de todas as mentes que a criam e aumentam essa dureza.percebo hoje que todos os tempos estão contidos neste tempo em que vivemos,desde a inquisição e todas as trevas da idade média até o próprio renascimento, que parece tão oculto hoje diante da total falta de consciência e respeito pelo que é verdadeira arte, a consciência que reflete, cria e muda. descobri que o movimento hippie já existiu na época de sakyamuni, séculos antes de cristo, que já disse ama ao outro como a ti mesmo e poucos perceberam e vivenciam a profundidade disso na realidade.dramático mesmo, dói no peito, a fome e a bomba nuclear no país de gandhi, o mestre exemplo da não-violência, como síntese de toda fome, miséria e violência que existe no mundo.a mais dura parede é a que separa o sonho da realidade.só acredito mesmo na coragem de nos atirarmos na purificação dos nossos sentidos para criarmos o que merecemos viver.aqui, neste pedacinho da terra em que circulamos, para que funcione como efeito dominó.ontem, na sala de espera do dentista, lia uma dessas revistas sobre celebridades.a atriz bem madura de namorado muito baby fez um comentário que faz sentido: a diferença entre alegria e felicidade.a felicidade se vive com os outros mas a alegria é interior, é sua, ninguém tira.manter essa alegria acesa é muito revolucionário, haja coragem, penso eu.tão longe dos ectoplasmas de copo na mão, palavras soltas e sorrisos moles na boca, que circulam por aí querendo aparentar o que não são...não aguento não...digo não a esse outro mundo.prefiro a realidade da vida.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

uma nova belle époque

começou uma nova belle époque.pessoas cheias de intelecto e sensibilidade, espírito de procura,criação e inovação (gente assim nunca tem inveja, gasta todo o tempo que tem para cuidar de sua própria lapidação).
fluidez é a palavra de ação.
e original = fiel a sua própria origem e não à origem dos outros.
foram embora os vampiros, sugadores da energia alheia.
que varredura...
todos os dias,quando amanhece na belle époque,
os vampiros gemem: aaai, que droga, eles
despertaram!
com resignação não há iluminação possível, né?
adorei e anotei isso quando você disse.
viva a fértil e ampla belle époque!
cada um cria o seu tempo.

calle libertad 2

por falar na chegada de uma nova belle époque...
ah...inacreditável. a corrupção naquela empresa incrível vem a público e bate à porta de...sempre te disse:tem gente que não tem a menor intenção de vivenciar qualquer transformação, passa o tempo e passa o tempo e só acumula mais um mestrado na arte da enganação...parece que é só para isso que dedicam o seu tempo.
e acreditam ainda que podem fugir, dos outros e de si mesmos.
que bom também que o homem que veio de longe não é mais um desses narcisistas ou um sem coragem de assumir logo que é gay como aquele que, ainda bem, vazou na hora certa, como naquela história da calle libertad...
este,ao contrário, é bem dono de sua própria vida e tem sinceridade de sobra, inteligência para perceber e apurar a realidade e enfrentar tudo o que falta olhando bem nos olhos, sem ficar cuspindo frases de efeito no msn. também não fica perambulando como um ectoplasma por aí na noite, com lata de cerveja na mão, só para parecer que está vivo.
em todas placas das esquinas, quem deseja apurar o olhar e enxergar por trás das formas,consegue ler calle libertad (em letras bem transparentes) e desta vez a verdade não demora para aparecer. só demora se você não está ainda conseguindo ver.

domingo, 2 de agosto de 2009

o fim e o começo

lá no cantinho da tela do cinema,anunciando um novo filme estava escrito assim:
desde criança nos ensinam a não roubar.
nunca nos ensinaram como não sermos roubados.
tenho aprendido. quando a gente vai aprendendo a não ser roubado, fica cada vez menor o espaço para quem quer roubar.pelo menos dentro do espaço em que circulamos.o ideal seria se todos nós aprendessemos.

e rapidamente.
desde cedo.
isso está tão e profundamente relacionado ao que chamam de amor, generosidade, compaixão, respeito, liberdade, justiça, paz. palavras/ações tão desgastadas mas que existem sim, na realidade.
no meu espaço não tem mais espaço para quem pretende mas não é absolutamente nada.
fim.

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