sábado, 27 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

dourado livre

estava lavando louça , as janelas amplas sobre a pia completamente abertas, quando o revi, ele, o beija-flor dourado que me visitava quando eu passava longas temporadas no campo e providenciava para todos eles a sobremesa açucarada, além das flores. na época, brinquei com o meu pai que gostaria de fazer um dia um vestido como a plumagem dele, textura de veludo alemão, ouro velho reluzente, com pinceladas de tinta negra na cauda. a ocasião para criar esse vestido vai chegar e vai ser mais uma grande celebração. ele voltou e ficou parado um tempão diante dos meus olhos extasiados.observei com calma se ele estava bem. estava, apenas descansava de tantos vôos e sacudia com extrema elegância a chuva acumulada nas suas macias pluminhas. chegou o momento em que voou de novo, cheio de energia, brilhando como uma bola preciosa sob o sol que reaparecia.

e pur si muove

 lua crescente, azul cada vez mais intenso.
longe, muito longe das contemporâneas inquisições.

no papel, na mente e no céu

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

depois da chuva

depois da chuva, um novo brilho, um novo olhar, um novo diálogo, quando viu a foto ela reparou que a poça tinha a forma de um grande coração.

reflexos do entardecer



o sol descendo em direção às montanhas atravessa as araucárias e desenha geometrias sobre a grama que empresta a sua textura e cria novas significâncias.passa pelos pinheiros e transforma as gotinhas de chuva em bolinhas de cristal que refletem o que está em volta, isso sempre me fascinou desde a mais primeira infância.volto a um deslumbramento de primeiro olhar ao ver a projeção natural que tudo isso faz sobre a parede amarela do varandão.enquanto escrevo agora, penso em man ray e o que ele disse: "a natureza não cria obras de arte, somos nós, com a peculiar capacidade de interpretação do cérebro humano que vemos arte." compreendo o que ele quis dizer.dentro de mim respondo, tudo está aí, nós é que damos o nome de arte ao que já existe, vê quem quer ou pode ou cria condições.

amada névoa



amo a névoa que transita sobre o cenário do campo e coloca toda profundidade em movimento, dá um clima shakespeariano, o clima de quem entende e revela a vida em todas as suas sutis nuances,
das declaradas às que estavam escondidas. 

muitos lírios

esponjinhas

castanhas

sempre que vejo essas verdadeiras caixinhas de jóias, redondas e espinhudas,que guardam as castanhas, penso como elas foram sábias designers que protegem tamanha delicatessen dos predadores.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

luzes de dentro

luzes de fora

sob o verde que nos protege

vibrantes que me fazem vibrar

pequeno inventário de grandes memórias

presentes


presentes


près du corp

points d'esprit


vinho

rega excessos


escassez jamais


pedras com brilhos


rosas


 mais um coração


coleções


a natureza


esculpe






o tempo






não desfaz


                                                                                                                                            
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