sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

deleite

ontem passei o dia cheia de preguiça, meu corpo não queria ir aos lugares que tinha que ir e a minha mente esvaziou.ainda assim produzi algo.não brigo com esses vácuos que surgem, observo e vivo. sim, observo: tem uma parte de mim que fica de fora olhando essa preguiça necessária tomar conta. não foi ócio criativo nem tristeza nem falta de ânimo. desejei muito que o estado de israel (e todos que o apoiam escondidos) ficassem assim por um tempo. e que o mundo se movimentasse sim mas pra dar um fim a esses conflitos sem fim.o dia inteiro voltava a minha mente um dia em que , no campo, resolvi fazer doce de leite com uma moça que mora lá.nunca tinha feito e meu desejo era ver o processo do líquido (com o calor do fogo) se transformar num doce que a grande maioria aprecia.e resolvi que o faríamos de forma ancestral, no fogão a lenha e num tacho de cobre.foram horas e horas mexendo com a colher de pau, eu ia tomar banho de rio (enquanto ela mexia) e voltava pra ver o momento misterioso em que o líquido começaria a se tornar pastoso.estava me sentindo num laboratório vivendo uma experiência química.pensava nos sutras budistas e no doce neles citados como analogia de purificação.minha maior surpresa foi ver o cuidado que é necessário para que o leite se transforme em doce deleite: mexer o tempo todo, tirar a espuma que vai se formando e lá na frente tem partes do leite que não querem se tornar doce gostoso, viram pedras que se não forem tiradas podem quebrar depois os dentes.fiquei impressionada com as partes do mesmo leite que (uma vez misturadas ao açúcar e vivendo as mesmas condições)não querem e não se transformam em doce.

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