quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

cuidado com as vozes do silêncio

Cuidado com as vozes do silêncio.
O silêncio de quem apenas consente.
Não fala porque não tem coragem.
Não se manifesta porque tem medo.
Se esconde na escuridão com medo de enxergar.
O silêncio de quem apenas ouve, não dialoga, não se manifesta, nada diz.
Recebe uma informação e se cala.
O silêncio de quem faz da encruzilhada uma estrada que não é caminho.
De quem adora viver no impasse.
Tem um caminho a seguir,titubeia.
Tem uma opinião a dar, fica tímido.
Tem uma palavra a dizer,fica quieto.
Tem a solução frente a frente, se omite,
nada emite, para não se comprometer.
As vozes do silêncio escondem maldades insondáveis.

É preciso entender as vozes que nos rodeiam,
As palavras,os pensamentos que habitam nosso coração.
Tudo o que nos cerca. Na superfície, abaixo da superfície,
acima da superfície que vivemos.
Há o silêncio, alma gêmea das maldades,
do não compromisso, do medo e da falta de coragem.
Há o silêncio, metade sol, metade lua,
alma gêmea da ousadia e da luta
por objetivos claros, definidos.
O silêncio da reflexão sincera, capaz de promover uma mobilização
dentro de cada um de nós, a favor de nós, dos outros,
a favor de cada ser humano.


partes do poema "Cuidado com as vozes do silêncio" de Carlos Alberto Luppi - autor do livro Dinastia das Sombras - editora Record


Um comentário:

Passarinha disse...

O silêncio dos que não tem voz. Não escutam a si, portanto não dialogam com o mais íntimo de si: seus julgamentos. Julgamentos como reflexões. Reflexões que são compartilhadas para que se chegue a outras reflexões, dessa vez coletivas. O silêncio como ato de egoísmo, de privação. Me silencio e me torno egoísta de nada meu. Silêncio sábio fala generoso ao coração dos outros.

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