quarta-feira, 13 de junho de 2012

amor chama amor

simonetta ivancevic
"o amor que jorra de você merece a certeza de todas as coisas lúcidas". ontem dei de cara com o bilhete que ele escreveu para mim quando ainda estavamos no começo da nossa relação.foi bom reler. senti a confirmação, dentro de mim, em relação a tudo o que acredito ser possível sim, regou as raízes de todos desejos profundos, para mim, para nós, para os que aprofundam e assumem finalmente o que de fato querem. eu quis e escolhi viver uma longa relação porque eu quis, eu quis, somente isso.sei que nada é tão simples assim.mas é um primeiro passo. toda escolha tem sua jornada.toda decisão com profunda sinceridade pessoal expande fôlego e paixão . reencontrar essa frase ontem, de madrugada,escrita para mim, foi um presente inesperado, eu já tinha me esquecido disso, e reler, tantos anos depois de tanta vida efetiva e afetivamente vivida,ampliou a potência e o processamento de tudo o que acredito. como quando aquele senhor pacifista , lá do outro lado do mundo,o maior exemplo que eu tenho de sábias palavras e percepções profundas e reais vivenciadas na prática, respondeu à minha longa carta, lotada de francas observações sobre uma série de assuntos, disse : "aceite as minhas melhores recomendações." meus tesouros que não tem preço,meus nortes para que eu não me esqueça, desanime ou perca o sentido do que faz sentido sim. lembrei da frase do sábio oriental...."ser elogiado por tolos é ofensa".
ao me deparar com esses presentes,lembrei de como meus amigos sempre comentaram que eu sou a mesma pessoa ao lado ou longe dele, o que me dava uma avaliação, vinda do lado de fora, de que do lado de dentro tudo caminhava em verdadeira identidade e expressão. isso, para mim, também é uma boa medida em qualquer relação. e mais, quando ele disse : "sabe por que ela me conquistou também? porque ela sempre foi ela mesma, em qualquer circunstância, nunca se humilhou nem desesperou perante nenhuma pressão." acho que isso chama amor, não? encontrar a medida de amar o outro como a ti mesmo..."a mulher é o arco, o homem é a flecha, arco débil, a flecha não vai longe"... era assim que ele fazia essa analogia? sempre penso nisso.eu amo o que a adélia prado disse naquela entrevista, é real: " o amor é a experiência humana mais exigente; não é contrato, troca de favores, investimento, é entrega e compromisso. do "sacrifício" de amar (assim mesmo ela coloca, entre aspas) nasce a mais perfeita alegria. ninguém faz cara feia quando se sacrifica por amor. não, não se trata de anulação, subserviência de quem ama, trata-se da morte do ego, tarefa a ser feita até o último suspiro." entrega e compromisso. entrega sem compromisso é muito desperdício, não é? em tudo.

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