terça-feira, 25 de outubro de 2011

nessun dorma

foi graça e surpresa o que senti ao descobrir isso outro dia. simonetta cattaneo vespucci, a musa de botticelli, eternizada no quadro ‘o nascimento de vênus’ também portava esse sobrenome, ianvensis. simonetta ianvensis.... ela também tinha um sobrenome... quase igual ao meu???
identifico-me com a irreverência dela e dele.
(copio abaixo o texto que postei como ícone permanente deste blog, aqui, nesta coluna à direita...)
ianvensis...na hora lembrei da cara de monsieur j.s., cansado desse papo sobre vidas passadas, comentando que todo mundo acha que um dia foi famoso, cleópatra e sei lá mais quem. gracinhas dele à parte ( entendo...), já li e até conheci gente que fez terapia de vidas passadas e resolveu traumas presentes, ok, tudo bem, valeu recordar os anônimos e, chi lo sa, famosos do passado, que se faziam eternamente presentes, carregando conquistas, alegrias ou muita angústia.
apesar de ter nascido e voltado à itália, nunca consegui chegar a florença. tudo lá me é tão familiar.um sonho. ainda.
acredito que a vida, sob várias formas, não tem começo nem fim e espero sinceramente não estar somente renascendo neste planeta ad infinitum...sempre achei, como a ciência comprova hoje, que existem muitos, mas muitos sistemas solares além do nosso, prontos, em formação, mortos ou morrendo. sistemas solares – usar estas palavras apenas para identificar aqui do planeta terra, infinitos mundos neste vasto e infinito universo em espaço e tempo. para mim tanto faz identificar vidas passadas desde que eu faça do meu presente o melhor presente. tenho um monte de questões para resolver já. até para realizar minha vontade de passar um tempo na toscana, não só em florença. prefiro falar firenze. a última vez em que passeei por lá foi com a juliette binoche no filme coppia fedele.ano passado.
quando comecei a fazer colagens, enquanto dava de mamar para minha filhota olhando aquela vista indescritível do corcovado, tive um sonho: sonhei que estava em firenze, entrei numa galeria, fui até uma livraria, aberta  há séculos, peguei um caderno e voltei. acordei e vi o caderno de anotar a vida, que já tinha feito para mim, igual ao que tinha visto em firenze no sonho. igual não, a mesma concepção. o caderno ficou lá em cima da mesa na sala. um amigo advogado, recém chegado de firenze, em rápida viagem a trabalho, ao ver o caderno na minha sala, no rio de janeiro, gritou, no seu jeito engraçado, expansivo e super observador: ué, quando é que você esteve em firenze, foi há pouco e não me contou? comprou este caderno na livraria da galeria tal e tal...? eu comprei um parecido mas prefiro o seu. sua caligrafia é mais forte e o meu é impresso, o seu feito a mão.
gosto do intangível que se torna palpável.
antenada nesta vida presente.
copio abaixo o que prometi acima:
a musa de botticelli era simonetta cattaneo de vespucci, esposa de marco vespucci (primo distante de americo vespucci) cortejada por giuliano de médici, irmão mais novo de lorenzo. eles a chamavam de “la bella simonetta”. ela morreu cedo, aos 22 anos, provavelmente de tuberculose. botticelli levou alguns anos após a sua morte para conseguir terminar o quadro (1482) - o nascimento de vênus. numa era em que os temas católicos dominavam a maioria das obras de arte, a vênus é notadamente pagã. é um milagre que esta pintura tenha escapado das garras de savonarola, o zeloso e fanático frei dominicano que propôs e incentivou nessa época que se queimassem todos os livros e toda arte que representasse um sacrilégio ao pensamento cristão.botticelli pintou a deusa vênus, saindo do mar, colocando sua musa de frente e no centro da pintura, uma heresia para a época.mas a verdadeira arte é corajosa e sempre vence toda forma de opressão.é um dos quadros que o mundo todo conhece. fico feliz que a minha mãe tenha escolhido esse nome pra mim,mesmo tendo que fingir que não ouço todas as piadinhas sem graça que fazem com o meu nome desde a adolescência até hoje, acredite se quiser.:)

esqueci o que prometi para mim.prometo agora e copio aqui: não me esquecer jamais de mim. compartilhar minhas luzes e sombras sempre nos aproximou e aproxima. os savonarolas de ontem reaparecem hoje com novas vestes e funções, na política, nos negócios, nos leilões, nas artes de entretenimento, religiões, nos don juans de plantão nas noites e dias por aí... nas salas e calçadas deste planeta suspenso em azul.um amigo nosso, famoso artista plástico carioca, esteve este ano expondo suas obras na china a convite da embaixada brasileira. adorou o país. -  e, aí,vendeu muitas obras? - não, o governo proíbe vendas de obras de arte que não sejam chinesas. free tibet, há quanto tempo existe essa campanha? enquanto  o simpático dalai lama conquista corações pelo mundo todo, em lhasa já existe um hotel boutique cinco estrelas, com spa e tudo. (apenas alguns exemplos metafóricos, há muitos mas hoje escolhi estes.) afrodite se quiser...hmmm... tempo esgotado, adiando tarefas domésticas,câmbio? não posso mais esperar, a água está fervendo. free me, i do it. va pensiero, va! nessun dorma.

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