muitas cores, sempre

diversidade que cria beleza, é dessa que eu gosto.

rosa assim, sim

confiança integral

minha querida, lembre-se sempre de que o bem e o mal andam juntos para que possamos fazer as nossas escolhas - isso é uma realidade, uma lei da vida, assim como a lei da gravidade, vale para todos, alguns percebem, sabem, outros não.não permita que nada, nem de fora nem de dentro, mine a sua energia, a sua vontade pura de construir tudo o que é verdadeiramente criativo, bom pra você e para todos. sim, tanto a paz quanto a felicidade profunda - aquelas que valorizam a vida - dependem da vitória da justiça. uma pessoa de coragem muda tudo.e você tem coragem, sinceridade, visão e desejo em ação. continue assim, você já sabe que boa sorte é a gente mesmo que cria.confio totalmente nessa sua luta de apurar o seu discernimento, conquistar a sabedoria (que varre tudo o que deve e precisa morrer), de pegar todos esses elementos que compõe a sua história para fazer todos os seus sonhos (que são a mais pura arte) vencerem. nenhum sonho passa pela nossa mente e coração inutilmente, por acaso.temos provas disso todos os dias. continue em movimento, você é rara , muito linda e tudo o que hoje te pressiona é alimento para a sua integral realização.ah,procure descartar qualquer lamentação, ter a visão correta dos fatos, lutar com confiança no seu coração, não combina com lamentação,é até uma contradição, só retarda o processo da vitória das suas conquistas que já estão aí, brotando e crescendo a olhos nus.não fuja do contato com a dor que crescer sempre provoca, mas não lamente. lembre-se do rio lá das montanhas que desvia das pedras cantando e levantando ondas de espuma e puro oxigênio, ele não pára por causa de uma pedra no caminho.a pedra faz com que ele se mostre ainda mais bonito.dá uma olhada, observe com calma e de novo a foto que postei do rio lá de casa, lá embaixo,aqui à direita.é lindo demais, como você.
te abraço feliz por te conhecer

minha casa

casa do encontro das artes sob o calor do mês de novembro.casa das discussões acaloradas em busca do ponto de encontro além do horizonte. casa das confissões mais íntimas e do amor autêntico construído dia a dia.casa dos amigos intensos que trabalham a sinceridade.casa dos detalhes que passam despercebidos para tantos em construção da dignidade.casa dos temperos e aromas em combinações inusitadas.

a minha casa tem vários nomes.

energia própria

minhas colagens - work in progress

tudo muda o tempo todo em torno do mesmo centro.

simples

cada um dá o que tem. é simples assim.

oriente-se

tapete chinês decô - 1930

oriente-se. senão a história se repete

me protege

me protege desse calor todo

toda vez que enfrento e venço este calor imenso,consigo produzir tudo a que me propus num dia, eu penso que sobrevivi a um cataclisma climático, como aquele que reestruturou toda a vida no planeta terra.

sem título

f. pergunta, enquanto pinta as unhas dela de rosa/quasevermelho, porque está tão calada,ela, que sempre está enchendo de ânimo qualquer ambiente. diz que sabia que houve uma falha quando ontem não apareceu nem telefonou, ela e a gerente comentaram, afinal a conhecem, sabem que sempre chega um pouquinho antes da hora marcada.ela diz a verdade: estou calada porque preciso estar agora, andei ouvindo muito e agora preciso calar,não vai aí nenhuma indireta.a comunicação se estabelece através de olhares. dá para se comunicar assim e ser compreendido.quantas vezes as palavras só servem para provocar desconcerto.muitas. a maioria. cada um ouve o que quer. e depois falam de centro,self, ego, doação,dignidade,respeito, liberdade, compromisso. give me a break. quem não consegue compreender um olhar , jamais vai compreender uma longa explicação, diz o antigo provérbio árabe. e quem compreendeu? haja vontade, desejo, coragem pra promover novos movimentos. de manhâ, tomou café e depois folheou o jornal. passou os olhos e pescou parágrafos soltos numa matéria intitulada eles querem mais do que erotismo. parece que fala sobre a nova expectativa afetiva dos gays,o olhar pesca um trecho em que um psicanalista diz assim , ah...deixa pra lá....que canseira essas análises sobre todas as repetidas impossibilidades...as pessoas não suportam lidar com o mal-estar, com o desencontro, com a diferença. querem respostas rápidas, vínculos descartáveis (os ficantes e os peguetes) pois não suportam lidar com a castração, a incompletude, a constatação de que não há cara-metade. isso é bom, quem diz isso? uma psicanalista,ana claudia vieira vaz.ela morde o pão integral torrado e vê o antigo livro sobre a mesa em frente ao sofá, sabe lá de onde reapareceu: abraçado com a maga, essa concreticidade de nebulosa, penso que tem tanto sentido fazer um bonequinho com miolo de pão quanto escrever o romance que nunca escreverei ou defender com a vida as idéias que redimem os povos.vira a página do livro: coloco-os em fila, do menor para o maior: bonequinho, romance, heroísmo... penso nas hierarquias de valores, tão bem exploradas por ortega, por scheler: o estético, o ético, o religioso. o ético, o religioso, o estético. o bonequinho, o romance.a morte, o bonequinho. a língua de maga me faz cócegas. a língua, a cócega, a ética. lê em voz alta.o jogo da amarelinha. ai, muito, muito bom, cortázar, que bom te conhecer, ela pensa e  repete em voz alta. ela tem vontade de, mas fica quieta: o pão, o centeio,o dia.

mosaicos de minhas colagens, work in progress

erotismo, sensualidade chic

estou criando um painel enorme.é uma encomenda para falar, com as minhas colagens, sobre a sensualidade chic, o erotismo chic,nada de perversidade. aqui, apenas dois mosaicos que irão compor esse enorme trabalho. é que também quis dividir aqui um trecho de uma poesia, toma-me, de hilda hilst, que eu amo:

tempo do corpo este tempo. da fome

do de dentro. corpo se conhecendo, lento,

um sol de diamante alimentando o ventre,

o leite da tua carne, a minha

fugidia.

e sobre nós esse tempo futuro urdindo

urdindo a grande teia. sobre nós a vida

a vida se derramando. cíclica. escorrendo.

 te descobres vivo sob um jogo novo.

 te ordenas. e eu delinquescida: amor, amor,

antes do muro, antes da terra, devo

devo gritar a minha palavra, uma encantada

ilharga

na cálida textura de um rochedo. devo gritar

digo para mim mesma. mas ao teu lado me estendo

imensa.

de púrpura. de prata. de delicadeza.

adoro, respeito, admiro

fios de seda translúcida que se entrelaçam e formam uma teia cinco vezes mais resistente do que o aço.o mesmo princípio que é usado nos materiais à prova de bala. a aranha campeã de resistência em tecelagem de teias chama-se tecelã-de-globo-dourado.sua fórmula é motivo de pesquisas e desafia a indústria a chegar lá. acho lindo isso! o croche das aranhas.e fico sempre encantada pela forma e proporção das esculturas da louise bourgeois, 97 anos,esparramadas em várias partes do mundo, que ela chama de maman.vou me inspirar nessa porta para fazer a entrada da minha nova horta circular.

queridinha...( ) .

cena 1: a mulher se auto define pacifista, é adepta da não violência e milita numa corporação que tem uma belíssima, humanista e ultra realista proposta.ela conta que as filhas casadas reclamam que a mãe é fanática pois não dedica nenhum tempo de amor a elas há muito tempo. a mulher xinga, reclama, fala mal das filhas, diz isso e aquilo.

cena 2: a mesma mulher ouve o choro e desespero de uma outra mulher, a filha se envolveu com um traficante foragido. a mulher – com mania de, a cada três palavras, quatro serem “queridinha” , pergunta o endereço do tal cara pois ela conhece “pessoas que podem dar um bom susto nele” para que não perturbe mais a menina.
e segue sorridente seu estreito caminho em direção oposta à paz. a fraca luz dos postes dilui a silhueta da mulher que se distancia, desaparece e se funde com o escuro da rua numa noite chuvosa.

qualquer semelhança com fatos reais não é coincidência.

medida

tem coisas que não há outro jeito a não ser esperar, a gente planta, rega e cuida e aguarda o resultado e o crescimento. e fica atento durante o processo para que nenhuma praga se aproxime, se enrosque, sugue a energia e devore o que está se fortalecendo para dar certo...dar certo é uma palavra que não são muitos os que sabem ou ainda reconhecem qual o sentido original. 
e tem coisas que não dá para esperar... o bom resultado depende da urgência, do timing veloz com que se empreendem as ações.adiar a reunião sobre redução dos gases poluentes no mundo é um exemplo que diz muito.
qual a medida do seu tempo?

além do além

....eu também acho que a vida está muito, mas muito além das desculpas esdrúxulas sobre o apagão ou madonna sassaricando por aí com jesus. e tem quem ainda acredite que alguns bilionários ponham a mão no próprio bolso, ofereçam jatinhos para celebridades e etc pra fazer algo contra a pobreza e a poluição.hahahahahaha...........

deserto

alguns homens vêem as coisas como são e perguntam: por que?

eu sonho com as coisas que nunca existiram e pergunto: por que não?

bernard shaw

tudo macio

 gosto do macio que faz cócegas, arrepia, abraça, alimenta. veludo, merengue,mousse consistente,vinho.

presentes

dá pra ver que você está muito feliz, ela escreveu lá de longe. eu sorri do lado de cá. já tinha chorado e aliviado a pressão no coração, que bom. e,como sempre, buscando por trás da forma o real significado de todos  os momentos os momentos presentes, inclusive os passados presentes (aqueles que ainda fazem chorar).porque eu não acredito em lamentações como forma de construir nada. ao contrário, eu acredito no esforço de fazer a mais pura alegria vencer e dar forma a qualquer sonho que cabe na vida. a alegria da confiança que a todo instante precisa ser construída com coragem, sem alienação.longe de lamentações e julgamentos pequenos ( aqueles que eu chamo de 'cultura de condomínio', esse padrão de certezas, gesso que finge ser mármore,a cultura que acha que conquistou algo e não possui nem a si mesmo, ai...sempre detestei tudo isso,  sempre abominei a 'cultura de condomínio').e foi assim que, com leveza decidida, o dia se abriu para um monte de encontros significativos e muitos, muitos presentes palpáveis, inesperados, colares dourados, madrepérolas,eclaires de creme, japa food,caipirinhas, torta de chocolate com sorvete, telas púrpuras com lindas palavras douradas, declarações sinceras de amor e amizade e arte,faladas e escritas, flores, muitas flores, de um vermelho que namora o pink e o laranja,olhares cúmplices, e uma surpresa mágica e linda, de um amigo artista de sete anos: fitas de bonfim multicoloridas, uma caixinha de porcelana cheia de contas sextavadas brancas, com uma pérola única de outra côr e um vidrinho cheio de purpurina azul - para que eu faça um novo trabalho e construa o meu céu - foi assim que ele disse (tudo isso saiu de um saquinho cor de rosa que levou o meu coração a dar voltas na lua).o visível dando forma ao invisível. as verdadeiras relações de amor.adormeci plena e agradecida.acreditando no encontro das pessoas humanas. acordei no primeiro dia do meu ano novo, depois de mais um aniversário, com um ramo de enormes, exuberantes, perfumados lírios brancos.a casa está uma instalação de tudo o que há de mais precioso. 

meu céu é tudo acima da linha da superfície

minha roça

amadureço aos poucos e
com muitos
de repentes,
está lotado de cores, sumo,
perfumes que às vezes chegam até a congestionar os filtros das narinas...ai, deixa eu cheirar um pouco de pó de café, neutralizar  o tanto...pronto,
cabem mais mil aromas,sabores, palavras,músicas.
 só que agora
eu escolho, chega de conto do vigário! não gosto de fruta de vez.

gosto de fruta madura no pé,aquela que chama passarinho,

beija-flor,abelha, que vira

mel, néctar e vôo.

meu novo ano já começou

viver é super difícil

o mais fundo

está sempre

na superfície

paulo leminski

conquistas

                                          conquistas:

* leveza com pés no chão 
 * realismo com poesia
 * indignação sem raiva
 * consistência com perguntas
* convicção com questionamentos
* um leque de possibilidades sem dúvidas
* expansão sem bobeira

a sinceridade é rosa...divagações

cerejas na neve, cherries in snow,esse é o nome da côr do esmalte que escolhi para enfrentar todo esse calor.tudo são detalhes. tudo o que a gente fala, pensa, sente, sonha, são mantras que vão se entrelaçando,a gente voa, aterrissa, sente beliscos no coração, no ventre, vai tecendo fios e o desenho desse tear todo de repente aparece.eu escuto, você fala, ele fala,ele escuta, ela fala, eu falo.fazemos um brinde a toda essa sinceridade. eu gosto disso. da sinceridade. lembro da sabedoria do sutra de lótus, a super escritura budista, que diz que ser gentil não quer dizer ser cortês, quer dizer ser sincero.penso que rosa é mistura de pigmento vermelho com pigmento branco, paixão e pureza.pureza eu interpreto como discernimento, muito longe de qualquer julgamento pequeno.e paixão como envolvimento engajado, participante, vibrante, desejo de expandir a percepção.minha mãe era uma mulher muito avançada para o seu tempo. nasci em plena neve. ela criou um berço de vime com um galho de cerejeira em flor.cherries in snow. amei esse nome.rosa pink, quase vermelho.hoje estou cansada.muitas decisões. esvazio, canto, fico quieta por dentro, confio.preciso de uma dose urgente de walt whitman, pronto, tomo um gole, já deu,e que não há deus mais divino do que você. e essa gente louca, gestapo, skinheads de plantão, que faz chorar a moça que doou a casa, o coração, a voz,fez comidinhas desde cedo, o que é isso,hein? não quero responder, nem por dentro, para não sujar este texto rosa, nem o meu coração.e o que é essa moça que estranha que o outro não possui cartão de crédito? custo a crer em tamanho autismo em gente que se acha normal, mais que normal, gente que se acha capaz.muito estranho como o egoísmo, o poder vão apodrecendo as pessoas.não quero falar sobre isso.vou olhar a lua cheia, me ligar na vida que deseja respeito,que está em movimento com o que traz força pra criar, que merece dignidade,amor, paixão,sinceridade, cherries in the snow.foi bom ter lembrado disso, cherries in the snow.e muitas rosas, abertas, maduras, floridas,de todos os tons de rosa.