- mas você sabe sobre o que essa gente toda queria falar quando conseguia encontrar psicólogo? - perguntou deborah.
era só: conheci um cara, quando estava morando no campo de refugiados, e a gente se apaixonou. achei que ele me amasse de verdade, mas depois a gente foi separado em navios diferentes e ele ficou com a minha prima. agora está casado com ela, mas diz que me ama de verdade, e fica me ligando o tempo todo, e sei que deveria dizer para ele ir embora, mas ainda o amo e não consigo parar de pensar nele. e eu não sei o que fazer...
quando ela leu esse trecho no livro comer,rezar,amar, de elizabeth gilbert, ela riu e pensou em todos os refugiados de si mesmos, autores, co-autores do caos afetivo, do caos político, do caos econômico, do caos que começava no buraco negro de cada um e criava aquela cadeia de mentiras/justificativas que entorpece a consciência e afasta a possibilidade de construção.pensou naquele que, agora,está jogando fumacê no sentimento real, aquele que circula de vidro cada vez mais fumê (ele manda escurecer a película para não ter que enxergar e reagir às próprias neuras). a cara dele essa imagem...fumê e fumacê - até parece nome de dupla
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