quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

desejo que cada um faça de sua jornada um belo destino


foto de haleh anvari

afruz amighi
susan hefuna
















gosto de saber como andam as mulheres em outras partes do mundo, distantes da minha cultura. afinal todas nos alegramos e sofremos com os mesmos assuntos. desta vez, o meu desejo me conduziu rapidamente a três artistas que se inspiram na tradição islâmica. a fotógrafa iraniana haleh anvari tem rodado o mundo com uma exposição chamada "o poder de um clichê". aqui no ocidente só conhecemos os chadors negros que ainda são usados por aquelas oprimidas pelo fanatismo de alguns. mas existem também os  muito coloridos, floridos. haleh conta que tanto em teerã como em algumas cidades do interior do irã viu por baixo dos chadors coloridos, mulheres com cabelos descoloridos, muito maquiadas e com a cintura marcada por belos cintos (ai,meu alá, a busca da síntese dos seus próprios extremos é uma jornada...).já a iraniana afuz amighi fascinou a europa e levou um renomado prêmio na inglaterra, com sua obra "1001 páginas", feitas de um plástico usado em tendas de refugiados, sobre o qual ela trabalha com stencil, provocando um hipnótico jogo de luzes e sombras. Susan Hefuna, de sangue egípcio e alemão, inspirou-se nas janelas das tradicionais casas do cairo em que as mulheres podem olhar para a rua sem serem vistas, graças a minuciosos textos sagrados esculpidos como uma finissima renda.Susan envia a sua mensagem usando madeira e tinta e novas palavras.
qualquer religião pode e já foi e é usada para oprimir e obstruir a passagem de uma vida submissa para uma vida escolhida quando interpretada por mentes distorcidas.
"existe uma visão especificamente feminina do mundo?" perguntou a revista lola à sábia e sensível escritora adélia prado.
"sim, somos diferentes dos homens. temos mais habilidade para viver, incluindo maneiras de encarar a culpa. amadurecemos mais cedo, possuímos um radar de sintonia fina. mas também há homens assim e mulheres desprovidas deste aparelho."
termino este encontro de hoje com a instalação de um homem, o artista chinês chen zhen que, antes de partir deste planeta em 2000, nos deixou a sua instalação "round table" mesa redonda, um convite ao mútuo respeito, igualdade e diversidade cultural.
eu consigo compreender porque um ser se torna fanático. mas não aceito. sei que nem todos tiveram a sorte que tive, de nenhuma forma de fanatismo jamais ter habitado em mim.acredito sim que a educação é o melhor caminho para ampliar a saúde emocional e espiritual do mundo.
instalação chen zhen

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