novembro, mês novo

chove no rio, eu adoro.saio de uma gripe que realmente não permito que permaneça além de ontem. lavo os cabelos, visto um vestido ameixa, coloco um cinto como se estivesse nas ruas de milano, só que com rasteirinha nos pés, no chão daqui.sinto-me eu.ela me chama para ouvir a letra da música ya no duele - que poderia ser a minha trilha de hoje. é ya no duele ou yo no duele ? preciso ouvir de novo,  prefiro yo no duele,eu não dói é mais preciso.quero novembro assim, com cores que alimentam,o fúcsia da sicilia, os agapantos de monet que celebraram o meu casamento,o olho bem aberto sobre a mulher que tudo vê e transcende sobre as nuvens azul anil,olho-guarda-chuva que protege contra  tudo o que não ajuda a crescer - da marcella frança,cerejas caramelizadas (maçãs do amor de quermesse que é a minha cara) sobre um prato branco sob a luz violeta do olhar do fotógrafo dinamarquês mads mogensen. ela  agora fala de whitman, minhas contradições existem porque sou muito vasto, algo assim, nos identificamos. gripei porque deixei que  trancafiassem parte da minha energia com discursos tolos e distantes da vida vivida, já sei bem como isso fuciona, então não posso deixar mais que isso aconteça, nunca mais cabe muito bem pra isso.resgatar a força da minha vontade que é grande, tem a intensidade do mar adriático, mediterrâneo e atlântico.não preciso de feriado para agradecer aos meus mortos, faço isso todos os dias, eles estão sempre vivos.e os vivos que estão mortos,esqueço.pular do trampolim sem ser kamikaze, sempre aprendendo os limites para que não permita nunca mais a entrada dos idiotas de espírito, sob nenhum pretexto.feliz novembro!