domingo, 21 de março de 2010

outono


dia nublado, camisola de algodão branco, aquela mesmo que ainda ontem era flor lá no campo,os cabelos presos por uma rosa vermelha purpurinada do saara,descalça, sonolenta, leio no jornal que ontem foi o última dia do verão oficial, os aplausos ao por do sol no arpoador irão continuar , só que com bem menos gente e calor,penso nas folhas alaranjadas dos meus caquizeiros que anunciam a chegada do outono num país tão tropical e com estações tão embaralhadas,daqui a pouco terá aquela luz mais linda de todas no rio de maio, fragmentos das colagens e escritos feitos em grupo passam como slides em fast motion na minha mente,toda essa atração que ela sente por mais, tão compreensível, as impossibilidades que cada um cria, a criatividade para driblá-las, vivê-las e evitar sofrimentos inúteis,o livro delicioso que não dá vontade de parar de ler mas vem um leve sono, as pálpebras pesam, a cachorra feminina dorme profundamente feliz por estar perto de todos a quem ama, ele volta da caminhada e traz algumas surpresas que só ele descobre nas gôndolas do supermercado, não cedo ao sono, levanto e escrevo, expulso os pensamentos sobre assuntos que me atormentam, volto a pensar que no mundo dos sentimentos e dos mais puros desejos os bancos não fecham aos domingos nem existem feriados, ela agora rebola e abana o rabo feliz sobre a esteira e o futon pink no chão, uma fileira de mantras desfilam nas kundalinis do cérebro em apresentação olímpica, os olhos fixam nas folhas muito verdes e suculentas da figueira da índia que já cresceu mais um andar acima. não tem vento, tudo está tão imóvel que parece que o tempo resolveu descansar.cadê aquela receita de caqui chutney que prometi experimentar este ano?

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