segunda-feira, 19 de abril de 2010

pina,eu,ele,nós,você

movimento concentrado, velocidade que busca vencer com leveza e convicção a pressão do tempo. tomo café, é manhã,olho da mesa para a pina bausch, no quadro que a marcella frança pintou e me deu de presente, olho as flores que a graça (do bar da) criou e plantou,a partir de papel crepom, olho o vaso chinês, herdado da minha mãe,as cores que me fascinam e acompanham desde criança.afundo os dentes no pão recheado que ele trouxe, como se mergulhasse os lábios, os dentes, a língua num macio colchão, é manhã,olho,aprecio, mastigo lentamente, o creme oculto aparece e adoça, a mente voa concentrada, o coração acelera, tanto e tanto está em movimento.o passado já se foi, o futuro não chegou, canta o mestre na minha mente, sem dedicarmos todo o nosso ser à criação de algo a partir de agora e do nada...vivencio de novo essas palavras, como abelha que faz mel a partir das flores.daisaku, concentração em movimento.capto a velocidade dos acontecimentos.saio ao encontro de novos amanheceres.eu amanheço, tu amanheces, ele amanhece.aconteça, faça acontecer ! mais tarde bate angústia no peito.passo pela petshop que expõe passarinhos coloridos, presos em gaiolas, na entrada da loja. não consigo compreender as pessoas que tem prazer em admirar passarinhos presos. não consigo.
minha vontade sempre foi de abrir as portinhas e vê-los voar. já fiz isso uma vez com a gaiola do porteiro que estava todo feliz por ter capturado um passarinho colorido naquele dia. esse eu soltei mesmo.ele ainda não estava há muito tempo no cativeiro a ponto de ter esquecido como é voar (tipo aquele elefante que desde cedo é criado preso a uma corrente e, quando libertado, não sai mais do lugar).kierkegaard passa na minha tela mental e me faz lembrar que angústia é a vertigem da liberdade.vai, voa!

Um comentário:

maría cecilia disse...

Querida Simonetta, me es difìcil leerte en portuguès, y no consigo una buena traducciòn al español, las ideas quedan inconclusas y no logro penetrar en tu palabras... todo me queda a mitad de camino, no logro seguirte para poder comprender el contenido de tus palabras... sin embargo, la belleza de tus imàgenes y el colorido desbordante me hacen volver una y otra vez a compartir tu misterio y tu amistad.

Abrazos miles,
Maria Cecilia

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