quarta-feira, 11 de março de 2009

escav(ações) elucid(ativas

antes de viajar selecionei alguma poucas horinhas e virei antropóloga dentro da minha própria casa. guardei fantasias,relembrei histórias,retirei manchas teimosas de blusinhas românticas (com raios de sol, escovinha e carinho persistente),organizei livros, revistas e encontrei coisas bem reveladoras.como um artigo do professor de História da Cultura da USP, Nicolau Sevcenko.
ele faz uma análise sobre o fundamentalismo como fenômeno histórico recente (diz ele) por estar relacionado aos velozes avanços (tecnológicos) de comunicação,da ciência,etc.no fundo é um novo nome para fanatismo.e não está vinculado apenas a atentados promovidos por adeptos de uma religião x ou y.
diz o professor: “pode-se ser um fundamentalista cristão, islâmico, judeu, por exemplo,assim como se pode ter uma visão fundamentalista do capitalismo, do socialismo, da ecologia,etc."
os fundamentalistas, segundo o professor, são imunes às correntes transformadoras da modernidade, da acelerada comunicação, do mundo globalizado que exige atitudes rápidas e posição.
fiquei pensando tanto sobre a caça às bruxas na inquisição medieval quanto nos seres fundamentalistas da atual era globalizada.logo parei de pensar, guardei o artigo – que surreal essas pessoas engomadas que se enclausuram e negam a comunicação,imunes a verdadeira relação com o outro,a se abrir a qualquer coisa nova, atirando pedras por trás de sorrisos e expressões beatificadas (já viu? sabe como é?)... e fui me encontrar com amigos que estão ligados a contemporaneidade, que vivem dentro da diversidade, criando uma harmonia criativa que respeita a individualidade e todas as matizes de diferenças férteis e assim expressam a atemporalidade.porque tudo o que é verdadeiramente humano é atemporal. chegou a nova era, não dá mais pra justificar o injustificável, fantasiar com sorrisos,bajulação e cordialidade a velha inquisição.
de volta a cidade,leio sobre o caso do arcebispo de Olinda e Recife que (apoiado pelo vaticano) excomungou uma mãe, uma menina de 9 anos, os médicos que fizeram o aborto , menos o padrasto que estuprou a criança.leio o artigo do Jabor que comenta que no Brasil o mal não está na infinita crueldade dos torturadores ou das elites sangrentas, está mais na sua cordialidade.
enfim, ainda dá tempo da gente escolher em que tempo queremos de fato viver.

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