este caderno de anotações (com capa feita por mim) estava escondido no nosso campo.nele encontrei desenhos, textos mil e duas cartas que escrevi pra minha mãe quando ela se foi. eu estava com vinte e pouco anos e ela tinha partido há quinze dias. um trecho: mãe, quando te vi pela última vez, já sem vida, coberta de rosas, tuas fascinantes mãos entrelaçadas, senti, em meio a esta imensa dor, a tua garra explodir em mim. você me fez sentir que apesar de todas as dores, as lutas, as decepções , viver vale a pena. a tua incrível vitalidade, a tua estonteante capacidade de se entregar a tudo o que fazia e sentia são marcas indeléveis em meu ser.e termino agradecendo muito a vida que ela me deu...obrigada por ter me trazido ao mundo, por ter se dedicado a mim com tanta intensidade e amor, obrigada por ter despertado em mim a sensibilidade para transcender o material, as mesquinharias, a rotina.a carta é grande mas agora só quero dividir esta parte.e agradecer uma vez mais a minha linda mãe, mère, mer, um oceano de justiça, coragem e sabedoria. uma mulher de verdade.
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