quinta-feira, 11 de novembro de 2010

auto-retrato (koln concert)



adoro usar jóias de outras culturas, índia, egito, cazaquistão.não uso tudo de uma vez.sou barroca e minimalista.agradeço todos os dias ter sido criada por eslavos impetuosos. nasci em milão.tomava sol nua no inverno da praça perto do scala para fortalecer a saúde.parecia uma mulata loira.em londres, acharam que eu era americana, nos eua, inglesa, na sérvia, alemã,no méxico,argentina.sou carioca.sonho muito com florença e em assistir ao pôr do sol em istambul, do alto de um minarete.converso muito com a natureza, ela sempre me responde ao que ainda não consegui ouvir.dizem que sou uma excelente ouvinte, isso impressiona as pessoas.a minha sensibilidade trabalha a favor e contra mim.sempre foi assim.a rita, a angela, a,o… muitos já me disseram que por onde ando, as máscaras caem.tem que ter coragem para ser assim. eu crio, às vezes eu canso.adoro andar descalça.dançar em volta da fogueira,lá no meu campo,me faz muito feliz.amo silêncio.gosto de gente, não gosto de muita gente junto de uma só vez.depende.tristeza, só a sofisticada.não abro mão de vinho tinto nem de caipirinha de saquê lotada de lichias.teatro entrou na minha vida muito cedo, é sagrado, não é encenação.aquela vidente disse que era coisa de muitas vidas.quase morri quando a minha mãe morreu, eramos jovens.prometi sobreviver e ir além.desde então, estou indo, descalça,de botas ou havaianas, sempre usei,antes de virar moda (muitos estranhavam).ando naturalmente sobre saltos altos também.amo o meu marido e a minha filha. são seres humanos raros.tenho amigos antigos e novos que viram milenares.escolho muito. talento me atrai, fugiria por uns dias com um maestro ou com o harvey keitel, tenho essa fantasia.prefiro dar um mergulho no rio limpo lá da montanha do que no mar.lago provoca em mim uma melancolia vulgar.minha casa é refúgio onde crio.aprecio muito a minha própria companhia.não vejo a hora passar, feito criança que não quer ir pro banho,quando faço colagens.prefiro vestidos e amo calças.meu querer é forte.às vezes ele adormece e ronca tanto…eu me incomodo.eu queria muito ter uma onça.meu pai foi ao interior da amazônia e um caboclo, isolado na floresta, ofereceu um filhote de onça e disse assim: leva para a sua filha.é essa a comunicação que eu gosto.sou capaz de passar dias sem abrir a boca.fico irritada quando estou com sono.falo na mesma medida que ouço, muito.como e amo em silêncio.fui dirigindo sozinha para a maternidade, tendo contração. foi parto normal.quando ouvi keith jarett tocar ao piano koln concert, pela primeira vez,senti que ali estava a composição da minha energia.tenho mania de desenhar estrelas de cinco pontas em qualquer espaço em branco que estiver na minha frente.não ficaria numa fila para receber um abraço ou ver as cinzas de sakyamuni.


 forma inspirada no livro " alguns leões falam " de 
anderson anibal,dramaturgo e diretor teatral

Um comentário:

maría cecilia disse...

Què mujer llena de vida, de colores, ímpetu e intensidad, mujer de fuego cálido temperando a su paso los corazones gélidos necesitados de calor, cuentas que dicen de ti que tu sola presencia deja caer lás máscaras y que tu corazón se abre a escuchar, que tu sensibilidad juega a favor y en contra y que has prometido sobrevivir y que la naturaleza te habla mujer del arcoiris, de la tierra y de la selva, de las aguas y los vientos que componen la sinfonía de tu existencia y del retoño que has parido para tu descendencia... aahh mujer, mis brazos se alargan para abrazarte y bendicir el día en que naciste!!!!!!!!!!

om mani padme hum

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