quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
entretempos
era fim de tarde de um dia muito muito quente quando ele ligou para que fossemos à janela ver o imenso arco-íris.fomos correndo pra janela que dá pra rua e a outra que dá pra figueira da índia.que lindo, que perfeito, pega o celular e registra já que a nossa camera ainda está no spa se recuperando da maresia.fiquei mais uma vez extasiada como sempre fico diante de um arco-íris, a prova real do invisível que se torna visível.e queria registrar pra dividir com todos que eu amo.a casa estava plena de perfumes deliciosos que vinham do que é palpável e do que não é palpável.a iluminação suave e antiga, velas e flores de luzes.a trilha perfeita para esse cenário de fim de ano, Beirut, the life pursuit de Belle and Sebastian, Los Hermanos, acordeons, pandeiros,violinos, banjos e sopros, vozes lindas, melodias insólitas.já tinha tomado muito vinho a ponto de estar cada vez mais dona de mim mesma,mordia cerejas e pensava "como pode uma flor tão frágil se transformar numa fruta tão consistente, suculenta e saborosa?" outra fruta que como com reverência e gratidão à vida é lichia.nunca vou me esquecer de quando experimentei pela primeira vez, e sempre é a primeira vez, olho para aquela casca rosada,meio áspera e quando dou uma mordiscada e se abre aquela polpa branca com um caroço que parece bala sempre penso como ela criou uma caixa de jóias para proteger tamanho sabor e textura.os brindes rolavam, as velas criavam esculturas suspensas no ar,o acordeon cantava no ritmo do meu coração quando de repende falei assim: "gente, estou me sentindo como o encontro das águas, sabe como é? eles me olharam e juntos disseram "sei, o encontro do rio Amazonas com o rio Negro, mas e....?" estava me sentindo assim, um fluxo de jornada e percepções que deságua num outro, um ano que está se encontrando com outro, oceano amplo e vasto, tudo o que veio fluindo até agora e eu me sentindo em 2008 e já em 2009 e 2010...brindei em silêncio a todos os amigos que tenho e aos que ainda nos tornaremos.olhei,enquando mordiscava agradecida as lichias, os olhos deles, brilhantes, bonitos, vivos, intensos, presentes. mais tarde, o céu lotado de estrelas, o calor que não cedia nem com o avanço da madrugada,falamos um pouco sobre Jesus, esse homem carismático e forte que falou através de parábolas para que cada um captasse o significado de acordo com o próprio grau de consciência que - a meu ver - não deixou discípulos a altura do que percebeu pois, como ela disse, um homem que não permitiu que se atirasse uma pedra contra uma prostituta jamais concordaria que se queimassem bruxas na fogueira em nome de seu ensino ou que se provocassem guerras em nome do egoismo e visão estreita de alguns. enfim... a vida está aí pra que cada um de nós faça dela o que merece.cada momento é uma escolha.o dia amanheceu e um coral de pássaros cantou, cada um do seu jeito, periquitos, bemtevis,tucanos, foram os que eu reconheci deitada na cama pensando em coisas boas e possíveis pra todo mundo, o maravilhoso invisível se tornando visível. amém, amém (como diz Clarissa Estées , amém quer dizer proclamar direto da alma sábia e indomável: é verdade! é verdade! assim seja! assim seja!)
que o maravilhoso invisível se torne visível, amém!
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Um comentário:
amei saber que seu natal e da sua família foi tão lindo e feliz quanto o meu...
o meu trouxe realmente muito nascimento!
e amo essa coisa sua de tornar o invisível visível.. amo aquela foto da teia de aranha...
tb tenho uma foto de arco-íris linda que tirei pouco tempo atrás... amoo
um presente de natal pra você:
http://www.flickr.com/photos/danibarbosa/3094080378/
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