sonhos flutuantes

apaixonei pelo trabalho de Peter Callesen. olha só esta interferência que ele provoca no olhar urbano (acho que é uma cidade da Alemanha, ele é norueguês). ele chamou de drifting dreams (sonhos flutuantes). achei muito muito significativo esses travesseiros que boiam e ficam a mercê da correnteza.me lembrei de um poema do pacifista e escritor Daisaku Ikeda em que ele diz que dependência não fortalece a essência dos seres humanos e pessoas sem essência,sem conteúdo seguem com a correnteza, levam a vida como grama flutuante e isso torna todos infelizes.percebo que a maioria das pessoas não pensa que pode influenciar as circunstâncias em vez de ficar apenas reagindo ao que vem de fora. em relação a tudo, desde coisas pessoais a problemas da cidade.ao ver esta instalação sonhos flutuantes, a imagem me trasmitiu com tanta clareza essa idéia de sonhos dormentes entregues à maré.também passou pela minha mente aquilo...como é mesmo? é...sonho que se sonha só é sonho que se sonha só - sonho que se sonha junto é realidade, tão verdade quanto a lei da gravidade e... de que matéria são feitos os sonhos? enfim... sonhos se concretizam quando assumimos a responsabilidade de concretizá-los. a raiz latina da palavra responsabilidade desvenda o seu significado: capacidade de responder, reagir.responsabilidade é resposta que cada um de nós dá a tudo o que acontece.fico impressionada como uma grande maioria das pessoas está ficando expert em dar desculpas "porque brasileiro é assim, político é assado,etc" como pode colocar a sua vida nas mãos dos outros, mesmo que seja um grande amor? grande amor não gera dependência.como diz Shakespeare "permita somente as pessoas verdadeiramente livres unirem-se em matrimônio". estendo isso a todas as relações.qualquer cultura verdadeiramente humana não é conformista, dependente,pré-conceituosa e injusta - é ativa, criativa, renovadora!sonhar é o ponto de partida para realizar - óbvio demais...quem quer faz quem não quer dá desculpas.