quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

arte de amar/ter coragem/capacidade de prometer

cansada de ver tanta distorção.pessoas sofrendo, confusas, procurando enxergar com clareza no meio da escuridão. confiante na conquista da vitória da dignidade humana. voltei pra casa. madrugada.o livro velhinho sobre a mesa. abro assim pra ver onde vai dar. leio. é erich fromm. leitura que também me abriu a consciência, tinha 20 anos quando li.lembro que esse livro organizou o que eu já sentia.ontem também.a página que abri, assim... sem querer, diz:fé no poder é oposto de fé na vida.se a fé tradicional se enraíza na submissão a uma força que se sente esmagadoramente vigorosa, consciente e onipotente, e na abdicação da força e do vigor que se tenham, a fé racional se baseia na experiência oposta. temos essa fé num pensamento porque este é o resultado do que nós mesmos observamos e pensamos.temos fé nas potencialidades alheias , nas nossas, na humanidade,porque e só até o grau em que experimentamos o crescimento de nossas próprias potencialidades, a realidade do crescimento em nós, a força do nosso próprio poder de razão e de amor.ter fé requer... vejo então anotado ao lado com minha letra em caneta azul( diz:a melhor definição de coragem que vi até hoje): ter fé requer coragem, a capacidade de correr risco, a disposição de aceitar mesmo a dor e a decepção.quem quer que seja que insista na incolumidade e na segurança como condições primárias da vida não pode ter fé ; quem quer que se feche num sistema de defesa, em que a distância e a possessividade sejam seus principais meios de segurança , faz de si um prisioneiro...........esta coragem é muito diferente daquela que usava o ditador Mussolini ao usar o lema “viver perigosamente”. sua espécie de coragem é a coragem do niilismo.enraíza-se numa atitude destrutiva para com a vida, na predisposição de jogar fora a vida por ser incapaz de amá-la. a coragem do desespero é o contrário da coragem do amor, assim como a fé no poder é o contrário da fé na vida. volto a página, minhas anotações indicam em azul: essencial, releio o que anotei achar essencial: a fé em si mesmo é uma condição de nossa capacidade de prometer,e se o homem, como disse Nietzsche, pode ser definido pela sua capacidade de prometer, então a fé é uma das condições da existência humana.páro, fecho o livro, penso....passa na minha mente o porque de nos sutras budistas as forças que tentam subjugar , dominar , submeter a verdadeira criatividade e valor humanos, o falso poder enfim, são chamadas de demônios (por sugarem a energia dos outros já que não conseguem entrar em contato com a própria) ou ladrões de benefícios.jogar fora a vida por ser incapaz de amá-la.deu um click:é assim que surgem as síndromes que estão na moda:anorexia, pânico e depressão.sem falar da eterna fofoca.

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