sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

o queijo e os vermes

hoje eu me lembrei de um livro que ganhei e li há anos, o queijo e os vermes, de Carlo Ginsburg. é uma história real, sobre Menocchio,um moleiro (moía grãos) que, no século 15, foi condenado a morte pela inquisição porque pensava e queria dialogar sobre a sua visão do mundo.lembrei como chorei copiosamente quando terminei de ler. no interior da Itália, observando a natureza e sendo um dos poucos que sabia ler e tinha em mãos um único livro que recebera de presente de um viajante,Menocchio chegou a conclusão que a Terra não era o centro do universo e porisso, por suas idéias consideradas pagãs, foi condenado a morte.ele não se importou, precisava dialogar. " o importante não é o que Menocchio leu ou recebeu- é como leu, é o que fez de suas experiências; o que diminui a distância que se costuma propor entre leitura e escrita, entre uma postura passiva e outra ativa frente ao conhecimento." - diz o autor no posfácio que me fez chorar.mais: como devia ser triste para ele só ter para conversar alguns campônios desinformados e, pior, de pouca curiosidade. porque em Menocchio importa menos o conhecimento que acaso tivesse , e mais a sede de curiosidade- essa paixão que a Igreja e os poderes reprimiam e que os renascentistas valorizavam. na orelha do livro, o apresentador fala como essa história mostra a importância do mental e emocional na produção do social. eu sei porque me lembrei desse livro hoje. não estou só.e vamos criar um novo renascimento.

Um comentário:

Dani Barbosa disse...

Vamos renascer todo dia!!

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