sábado, 14 de agosto de 2010
o marceneiro que tinha fé 2 (ou coração que nunca morre)
pensei num tecido de sentimentos e memórias presentes aqui e agora que se rasga para revelar o que está por baixo.o sábado amanheceu nublado, com uma poeira úmida que vinha das nuvens que não era nem garoa.mas o amigo ficou com receio de ir ao subúrbio (subúrbio de que?) pois os limpadores de pára-brisas do carro dele pararam de funcionar e ele temia a vinda de uma forte chuva. eu e ele sabíamos que não chegariamos a tempo de participar da cerimônia em memória ao marceneiro que tinha fé, diante desse imprevisto,mas partimos tranquilos, sem brigar contra o tempo, decididos a estar de fato com a família.e foi o que aconteceu. estar horas e mais horas com a família do marceneiro que tinha fé, na casa deles ,foi uma cerimônia de tanta vida e comunhão, prova do estado de vida amplo que o marceneiro que tinha fé legou. no centro cultural,já vazio à hora em que chegamos (a cerimônia tinha terminado a pouco, os amigos já tinham ido embora), fomos apresentados a uma casal, da região de kansai, o lugar mais fervilhante de vida do japão.a senhora fez um comentário que nos serviu de confirmação de que estamos no caminho certo. sorrimos todos, a senhora, o marido, nós, o intérprete e o anfitrião, que percebeu o significado de tudo no instante em que ela falou, pois nos conhece muito bem. sorriso não precisa de tradução, nos despedimos com fortes abraços, mais que mil palavras contidas num gesto.bendito limpador de pára-brisas que quebrou.a vida do marceneiro que tinha fé gerou ondas e mais ondas de tantos felizes encontros que não cessam nem com a sua partida. isso é que é vida!
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