quinta-feira, 26 de agosto de 2010
sob o céu, sobre a terra, ela se protege
ela vestia agora vestidos cor de céu e cor de terra, para celebrar por dentro e por fora a decisão convicta, a sua coragem de dizer, mesmo em silêncio, nunca mais. ela não precisava revelar a ninguém, já tinha vivido o suficiente para comprovar que o seu coração sempre sabia e percebia algo estranho no ar.como no conto barba azul. nunca mais não era radical. nunca mais era pura sabedoria.para que chegar na prorrogação do segundo tempo para, em silêncio, dizer nunca mais e se retirar daquele campo (que ela percebera a tempo) minado? third chances never more, ela repetia em inglês, depois que viu aquele cartaz.assim mesmo third chances, no plural.sob o céu, sobre a terra, ela sabia que quem se protegia era ela.não, não se tratava de homens.pior. tratava-se de mulheres de barba azul que,estranho... apesar de terem nascido mulheres, conseguiam ser pior do que o pior dos homens. ela testemunhara essa estranheza mais de uma vez. third chances never more. ela não precisava anunciar isso. mas fazia questão agora, para poder assumir publicamente a sua promessa.promessa não.promessa lembrava pedido de desculpas que não vem seguido de atitude coerente.não era promessa. era decisão.decisão convicta.but giving third chances is stupid. realmente, se isso se repetia de anos em anos, era um sintoma de ingenuidade.ela não sentia raiva, sentia alívio, é que no fundo ela agradecia o campo minado ter lhe indicado o que nela estava desmedido.
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