chico aparece de repente, do nada, cantando na minha memória,por trás da voz de mr. o'reilly, que explica apaixonadamente as imagens e metáforas de shakespeare, até se esquece que está numa sala de aula,volta para a sua inglaterra que, graças a ele, passou a ser minha também desde menina.porque chico canta essa música antiga agora? não sei. estou aqui e longe daqui.o tempo virou, a maré subiu. as ondas batem mais fortes,ele já adormeceu.ela acaba de ir. é bom criar de madrugada e a casa ser um ateliê e um camarim, gosto disso, é meu chão e minha transcendência.será que vou conseguir ver o filme da juliette? achei lindo e real ela dizer que representar não é reproduzir. representar é criar uma conexão com o que há de mais sincero nas suas experiências sensíveis residuais...e ao desprender essa energia, para dar vida ao gesto de um personagem, você precisa se perguntar por que aquela figura faz aquele gesto. ao perguntar isso, eu entendo o seu comportamento, eu descubro sinceridade. descubro e imprimo. também acredito nesse processo.é como a vida, enquanto só no texto é tudo muito mental.as palavras , em certos momentos, levam a um limite que parece que vai ultrapassar a linguagem, levantam tantas camadas...às vezes, quando chego nesse ponto, de levantar camadas e camadas por trás das palavras,chega a me dar um certo desconforto físico e existencial, uma parte de mim diz "me tire daqui" enquanto o som das palavras vibra no ar.quero os meus nastúrcios e suas folhas redondas.não gosto (na verdade, detesto) de gente que já encostou em técnica e experiência e acha que por isso está dominando, faz tudo tão certinho que nada vibra.binoche diz que os diretores são como jardineiros. eles tem que olhar para um ator como uma flor a ser aparada. só que essa apara demanda paciência. é preciso olhar a flor e saber quando ela precisa de água.estou com sede.preciso dormir mas não quero.não tenho insônia, nunca tive. tenho uma certa tristeza que eu chamo de tristeza inteligente e que, de madrugada, quando aflora, fica mais aguçada e perceptiva.preciso de silêncio assim como quem é louco por festas.mas agora estou escrevendo.ponto.parei.vou descobrir.o gesto. e imprimir.
sábado, 25 de setembro de 2010
ai, meus nastúrcios
nastúrcios - pintura de jeremy lipkin
where is my acqua vitae no. quero os meus nastúrcios in natura!
chico aparece de repente, do nada, cantando na minha memória,por trás da voz de mr. o'reilly, que explica apaixonadamente as imagens e metáforas de shakespeare, até se esquece que está numa sala de aula,volta para a sua inglaterra que, graças a ele, passou a ser minha também desde menina.porque chico canta essa música antiga agora? não sei. estou aqui e longe daqui.o tempo virou, a maré subiu. as ondas batem mais fortes,ele já adormeceu.ela acaba de ir. é bom criar de madrugada e a casa ser um ateliê e um camarim, gosto disso, é meu chão e minha transcendência.será que vou conseguir ver o filme da juliette? achei lindo e real ela dizer que representar não é reproduzir. representar é criar uma conexão com o que há de mais sincero nas suas experiências sensíveis residuais...e ao desprender essa energia, para dar vida ao gesto de um personagem, você precisa se perguntar por que aquela figura faz aquele gesto. ao perguntar isso, eu entendo o seu comportamento, eu descubro sinceridade. descubro e imprimo. também acredito nesse processo.é como a vida, enquanto só no texto é tudo muito mental.as palavras , em certos momentos, levam a um limite que parece que vai ultrapassar a linguagem, levantam tantas camadas...às vezes, quando chego nesse ponto, de levantar camadas e camadas por trás das palavras,chega a me dar um certo desconforto físico e existencial, uma parte de mim diz "me tire daqui" enquanto o som das palavras vibra no ar.quero os meus nastúrcios e suas folhas redondas.não gosto (na verdade, detesto) de gente que já encostou em técnica e experiência e acha que por isso está dominando, faz tudo tão certinho que nada vibra.binoche diz que os diretores são como jardineiros. eles tem que olhar para um ator como uma flor a ser aparada. só que essa apara demanda paciência. é preciso olhar a flor e saber quando ela precisa de água.estou com sede.preciso dormir mas não quero.não tenho insônia, nunca tive. tenho uma certa tristeza que eu chamo de tristeza inteligente e que, de madrugada, quando aflora, fica mais aguçada e perceptiva.preciso de silêncio assim como quem é louco por festas.mas agora estou escrevendo.ponto.parei.vou descobrir.o gesto. e imprimir.
chico aparece de repente, do nada, cantando na minha memória,por trás da voz de mr. o'reilly, que explica apaixonadamente as imagens e metáforas de shakespeare, até se esquece que está numa sala de aula,volta para a sua inglaterra que, graças a ele, passou a ser minha também desde menina.porque chico canta essa música antiga agora? não sei. estou aqui e longe daqui.o tempo virou, a maré subiu. as ondas batem mais fortes,ele já adormeceu.ela acaba de ir. é bom criar de madrugada e a casa ser um ateliê e um camarim, gosto disso, é meu chão e minha transcendência.será que vou conseguir ver o filme da juliette? achei lindo e real ela dizer que representar não é reproduzir. representar é criar uma conexão com o que há de mais sincero nas suas experiências sensíveis residuais...e ao desprender essa energia, para dar vida ao gesto de um personagem, você precisa se perguntar por que aquela figura faz aquele gesto. ao perguntar isso, eu entendo o seu comportamento, eu descubro sinceridade. descubro e imprimo. também acredito nesse processo.é como a vida, enquanto só no texto é tudo muito mental.as palavras , em certos momentos, levam a um limite que parece que vai ultrapassar a linguagem, levantam tantas camadas...às vezes, quando chego nesse ponto, de levantar camadas e camadas por trás das palavras,chega a me dar um certo desconforto físico e existencial, uma parte de mim diz "me tire daqui" enquanto o som das palavras vibra no ar.quero os meus nastúrcios e suas folhas redondas.não gosto (na verdade, detesto) de gente que já encostou em técnica e experiência e acha que por isso está dominando, faz tudo tão certinho que nada vibra.binoche diz que os diretores são como jardineiros. eles tem que olhar para um ator como uma flor a ser aparada. só que essa apara demanda paciência. é preciso olhar a flor e saber quando ela precisa de água.estou com sede.preciso dormir mas não quero.não tenho insônia, nunca tive. tenho uma certa tristeza que eu chamo de tristeza inteligente e que, de madrugada, quando aflora, fica mais aguçada e perceptiva.preciso de silêncio assim como quem é louco por festas.mas agora estou escrevendo.ponto.parei.vou descobrir.o gesto. e imprimir.
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