instalação de doris salcedotenho uma amiga que foi casada com um alcóolatra. a sogra, executiva super bem sucedida,toda vez em que ia a casa deles (e ía sempre,pois moravam no mesmo bairro), levava uma garrafa de whisky para o filho. tomava o cuidado de acompanhar o esvaziamento das garrafas para repor logo o estoque.ela sabia sobre o sofrimento deles, minha amiga conversava com ela e implorava para que ela não fizesse mais isso. mas a liberdade e autoridade que ela acreditava ter conquistado com o sucesso profissional, criavam cada vez mais buracos negros em que nenhuma luz entrava. a relação terminou, ele mudou de cidade. a minha amiga expandiu a sua arte e novos romances.hoje me lembrei desse fato ao trocar idéias com uma outra amiga sobre a ausência de consciência de algumas pessoas que dizem lutar pela transformação de si mesmo e da sociedade e só empilham cadeiras vazias num espaço cada vez mais apertado.e, como esse homem que passa na foto, nem vêem uma cena plástica tão gritante, mergulhados que estão em seus próprios pensamentos, à espera de exatamente o que?a trilha que passa pela minha cabeça agora é lulu santos: e assim caminha a humanidade, a passos de formiga e sem vontade. dá uma agonia essa falta de vontade de alguns...parece que vão se juntando pra viver a convenção do nada, assinar tratados que nunca serão cumpridos, ficam andando pra lá e pra cá sem saber nem bem o porque nem para onde,de tanto inútil vaivém.
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