li a entrevista do jornalista americano jon lee anderson que prepara reportagem sobre o tráfico no rio para a revista the new yorker. e vejo que o que ele fala sobre o crime organizado serve para absolutamente tudo.não tem como se construir nada de valor de mãos dadas com a hipocrisia.às vezes dá a impressão que os avanços da comunicação só aumentam os ruídos e distorções.uma eterna brincadeira de telefone sem fio.
bem, vai aqui vai um pequeno extrato do que anderson disse:
- no rio, o comportamento criminoso visa principalmente a ganhar dinheiro. é inteiramente materialista. eles não lutam ou arriscam suas vidas para mudar a sociedade.eles arriscam suas vidas para vestir um empório armani. e me assusta ver que o resto da sociedade, que também gosta de vestir um empório armani, está feliz em deixá-los fazer isso.é claro que a sociedade vai dizer que não está feliz, mas sua inércia diz o contrário.
- os traficantes se justificam dizendo que vendem porque há demanda. é um argumento antigo, mas não é desculpa.você acaba deixando de lado o problema real.você poderia dizer que se não houvesse crianças, não haveria pedofilia .passa pela psicologia do crime culpar a sociedade por seus atos.é dizer que a polícia é cruel, então tenho que matá-la; que os ricos nos exploram, usam drogas e são moralmente decadentes e então sou melhor do que eles, porque sou pobre e há virtude em ser pobre. só que não há virtude em ser pobre, a pobreza não tem a ver com virtude. da mesma forma que não há virtude em ser vítima.
- se você não lutar para consertar um problema logo, todos acabam vivendo juntos e todos são culpados juntos.no fim, a diferença entre bons e maus é pequena. fica difícil identificar quem é culpado ou inocente.na essência, qualquer crime organizado funciona assim. se você deixá-lo continuar, você cria um ambiente deformado.
2 comentários:
Nos despedimos do movimento na arte sem ter um movimento de arte para dizer adeus a pina bausch.
Como bom cavaleiro cumpri minha promessa e voltei.
Me visite também.
Retiro o elmo em vênia.
fui lá, cavaleiro andante, e adorei passear no seu reino sensivel e muito elegante.
acabei deixando dois comentários, movida pela dúvida de que o primeiro tivesse sido registrado.
voltarei.je vous embrace
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